Fui buscar no dicionário on-line
as definições de hipócrita e medíocre, dois tipos de personalidades muito
comuns nos dias atuais, talvez até pela necessidade de a pessoa humana
sobressair, vencer na vida, obter sucesso, conquistar o mundo.
Hipócrita é aquele que “age como se tivesse um sentimento
que não possui; que finge ou dissimula sua verdadeira personalidade ou sua
maneira de pensar acerca de uma pessoa ou coisa, geralmente, por possuir
interesses ou para se esconder. Hipócrita é aquele que denota hipocrisia.
Hipócrita é aquele que é falso; fingido”.
O hipócrita é ao mesmo tempo fisiológico, desonesto,
corrupto, desumano. Tem na alma o sentimento da traição, da desonestidade. O
hipócrita não vê no vizinho a bondade, a benevolência, a caridade, a justiça, a
solidariedade. O hipócrita não identifica no vizinho nenhum bem a não ser os
bens que dele quer tomar. A bondade do hipócrita só a ele faz bem. Ele não vê
qualidade em ninguém.
O hipócrita é irmão siamês do medíocre. Suas “qualidades”
são intimamente parecidas. Vejamos o que diz o dicionário sobre o medíocre:
“aquele que está entre o grande e o pequeno, o bom e o mau: obra medíocre”. Ao
medíocre falta criatividade ou originalidade. O medíocre é comum, mediano.
O medíocre não tem grande valor intelectual ou capacidade
para realizar algo. O medíocre não é detentor de talento. O medíocre está
abaixo da média.
No dicionário você encontra que o medíocre nunca alcançará o
sucesso, o que não é uma verdade, é apenas uma premissa.
Por que o medíocre é parecido com o hipócrita? Porque o
hipócrita inveja o sábio, dele quer tomar não o conhecimento, mas os benefícios
que o conhecimento traz. No sábio se mira, copia do sábio até a forma de falar,
jamais o conhecimento. O medíocre jamais vai aprender, nem consegue imitar
porque lhe falta capacidade para tal.
Não estão entendendo o que estamos a dizer? Nem o porquê de
tanto palavreado?
Ora, ora, o medíocre e o hipócrita estão a ocupar
importantes postos na sociedade e muitos deles lideram o mundo como se justos
fossem.
Em
vista disso, são atualíssimas as palavras de Rui Barbosa. “De tanto ver
triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 26.11.14
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