O tema do editorial desta terça-feira não é político, mas
tem a ver com a política, não a política estritamente partidária, mas a
política no sentido das necessidades dos relacionamentos em sociedade, em comunidade. Para
Aristóteles , filósofo grego, o homem é um animal político, ou
seja, um ser carente que precisa de coisas e das outras pessoas no convívio
social.
E o que nos estimulou hoje a desviar o tema estritamente
político-partidário foram as palavras de duas personalidades pronunciadas no
Jornal da Teresina 2ª Edição de ontem. Célio Luís Barbosa, diretor da Fazenda
da Paz, e João Cláudio Moreno, humorista conhecidos de todos nós.
Célio mencionou a relevância de uma sociedade onde o
respeito mútuo, a fraternidade, a bem-querença e o pedido de bênção aos pais,
esta em particular, são valores necessários, mas esquecidos ou não devidamente praticados
no dia-a-dia, ao contrário de outros tempos em que todo menino ou menina pediam
a bênção aos mais velhos, principalmente aos pais e mães.
João Cláudio, dentre outros assuntos, falou que no mundo
atual interessa muito às pessoas o consumo. E é verdade. Por causa da ânsia de
consumir, a pessoa não tem uma convivência mais saudável, pacífica, sem
interesses consumistas exagerados, valendo a máxima de que só vale quem tem.
Que coisa terrível! Esta verdade insofismável nos conduz
para viver em uma sociedade em que o consumo é o Deus e o grande templo são os
shoppings centers. É claro que há a necessidade de consumir. O homem nasceu
para produzir e consumir. Acontece que o exagero pelo consumo, para mostrar o
poder de consumir e, daí, denotar importância econômico-financeira e social,
ajuda a desviar nossos pensamentos ou mesmo a destruir os valores mais sagrados
e mais puros do convívio social.
Então, caros ouvintes, este editorial não se preocupa apenas
com a política partidária, mas com a política da boa convivência, da boa
vizinhança, da valorização da pessoa humana, do retorno ao respeito à pessoa
humana.
Todos nós somos vizinhos uns dos outros.
Pequenos, nós, os humanos, alcançamos a lua e buscamos
conquistar todo o espaço, mas não conquistamos a nós mesmos. Ao contrário, nos
distanciamos uns dos outros na sociedade de consumo quando transformamos nossos
relacionamentos numa banca para a exibição de nossa pequenez travestida de
pompa e circunstância.
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 25.11.14
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