Costuma-se dizer que a vida é um palco e que todos nós
vivemos a atuar, que todos somos atores no palco da vida, usando disfarces,
máscaras, figurinos, encenando papéis os mais diversos.
No palco da vida, nós também jogamos os nossos jogos,
perdendo e ganhando, ganhando e perdendo, cometendo faltas, patrocinando
jogadas extraordinárias, aplicando dribles os mais sensacionais, xingando os
juízes e as mães deles.
Hoje, o Brasil enfrenta um jogo difícil: a crise moral. Queremos
vencer e ultrapassar mais esta fase para alcançarmos a final e nos sagrarmos campeões
da moralidade.
No dia-a-dia, no jogo da vida, não estamos conquistando tudo
aquilo a que aspiramos. Senão vejamos: no jogo da violência, perdemos todo santo
dia, atingidos que somos pelas nossas desgraças aliadas ao descalabro
governamental.
No jogo da saúde, estamos a perder centenas de pessoas nos
nossos hospitais caóticos em que a prestação dos serviços assemelha-se a um
crime. Crianças, jovens, adultos e idosos têm suas vidas ceifadas pela
incompetência e ineficiência da administração pública. Matam-se, nos hospitais,
aqueles cujas vidas estão mais próximas do fim. E quem tem o direito de dizer
que esta ou aquela vida está se acabando?
No jogo da educação, ainda ocupamos lugares destacados nos
índices de analfabetismo, muito embora tenhamos algumas escolas públicas que,
com esforço individual de professores, diretores, alunos e funcionários galgam
posições de reconhecido valor.
No jogo da economia, somos talvez o estado em que há
proporcionalmente o maior número de famílias beneficiadas pelos programas de
complementação de renda tipo bolsa família. Ou seja, não nos desenvolvemos,
caminhamos devagar porque já tivemos pressa e jamais chegamos aonde queríamos
chegar.
Em decorrência da falta de infraestrutura, indústrias que
aqui se instalariam buscam outros lugares como o vizinho Maranhão e lá oferecem
emprego, movimentando a roda da economia, contribuindo para desenvolver o
estado e melhorar as condições de vida da população.
No jogo da empregabilidade, exportamos trabalhadores e
estudantes e disso nos orgulhamos. Nossas forças mais enérgicas são, neste
caso, expulsas pelos orgulhosos donos do poder político e econômico.
Nós estamos perdendo o jogo. Quiçá possamos virar a partida
no tempo regulamentar derrotando os adversários com a competência de que são eles
são detentores.
Editorial do Jornal
da Teresina de 11.12.14
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