O fisiologismo se
caracteriza como um tipo de relação política em que as ações são
decididas pela troca de favores, favorecimentos e outros benefícios para o
atendimento de interesses individuais em detrimento do bem geral das pessoas,
da população.
Esse fenômeno é freqüente nas casas legislativas e no Poder
Executivo e está umbilicalmente ligado à corrupção política. Os partidos ditos
fisiológicos oferecem apoio a esse àquele candidato, principalmente quando
representa a agremiação que eventualmente detém o poder.
No comando da administração pública, os partidos e, claro,
as pessoas que os lideram, exercem a gestão de forma a se beneficiar do erário,
das facilidades que o poder oferece, por intermédio da distribuição de cargos e
serviços públicos a aliados fisiológicos.
Os partidos fisiológicos dão apoio a qualquer governo, sem
levar em consideração os interesse populares, as ideologias ou planos
programáticos somente para conseguir concessões em negociações muitas vezes
delicadas.
O fenômeno se desenvolve e se torna claro, patente, visto
por todos, no período pré-eleitoral, como o que estamos vivendo. É nesse
período que os ditos mais espertos se movimentam e engendram as mais
diversificadas engenharias políticas para abocanhar pelo menos uma fatia,
mínima que seja, das instâncias da gestão pública.
A prática do fisiologismo é secular, tradicional em nosso País. E
aqueles que não o adotam em sua conduta são considerados infantis, imaturos,
despreparados. Não sabem esses espertos que a voz rouca das ruas, sufocada
pelos maus costumes políticos, prepara-se para romper os tímpanos da jovem
democracia brasileira, a exemplo do que presenciamos nos movimentos de rua
levados a efeito em junho do ano passado.
Os protestos de hoje têm o brilho empanado pelo civismo
festivo da Nação de chuteiras, mas a qualquer momento poderão ferir o ar contra
as mazelas e o fisiologismo nosso de cada dia.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 26.06.14
Nenhum comentário:
Postar um comentário