Na semana passada,
o advogado Norberto Campelo, em entrevista ao jornalista Bartolomeu Almeida,
protestou contra a situação de descaso do governo federal para com o Piauí.
Aliás, esta é uma constatação histórica, servindo nosso estado apenas como
apêndice nas relações de forças existentes na nação.
Mas não é isso o
que nos cabe agora. Contudo, o que nos move é novamente uma opinião do advogado
Norberto Campelo, desta vez expressa em entrevista ao portal 180 graus, segundo
a qual o poder financeiro exerce influência fortíssima no resultado da eleição.
Na opinião de
Norberto, é necessária e urgente a realização da reforma política no País para
fazer frente à corrupção, produto, segundo ele, do atual modelo do sistema
político-eleitoral.
"Está
ultrapassado”, afirma o conhecido jurista. “Das 513 campanhas mais caras no
Brasil recentemente, 379 foram vitoriosas, o que mostra como o poderio
econômico é determinante para a eleição dos candidatos", declarou.
Norberto alerta que o eleitor não elege mais ninguém. E citou,
para exemplificar, o valor de R$ 80 milhões recebidos pelo PT, de empresas, em
2013. Este montante é muito superior ao recebido por outros partidos.
Esse dinheiro é proveniente de empresas, em sua maioria grandes
construtoras, que bancam as caras campanhas dos candidatos mais abastados e
mais conhecidos, os quais, eleitos, proporcionam a elas o retorno desses
recursos por intermédio de esquemas de concessões de obras e serviços públicos.
O ouvinte reagirá: “Isso é normal, é natural, e todo mundo
sabe”. Sim, é uma realidade. Mas uma realidade injusta com a Nação, com o
estado, com os municípios, porque o poder dos ricos e dos poderosos suplanta a
opinião popular. Esta, sôfrega, impotente, não produz o governo que a Nação espera.
A Nação, cujas esperanças são depositadas nos afazeres diários
dos pobres trabalhadores e no debruçar sobre os livros dos estudantes.
Sim, urge a produção de uma reforma política que atenda às
aspirações do povo brasileiro, os verdadeiros destinatários de todos os
serviços e obras do poder público.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do
Jornal da Teresina 2ª edição de 23.06.14
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