terça-feira, 24 de junho de 2014

Poder financeiro na eleição



Na semana passada, o advogado Norberto Campelo, em entrevista ao jornalista Bartolomeu Almeida, protestou contra a situação de descaso do governo federal para com o Piauí. Aliás, esta é uma constatação histórica, servindo nosso estado apenas como apêndice nas relações de forças existentes na nação.
Mas não é isso o que nos cabe agora. Contudo, o que nos move é novamente uma opinião do advogado Norberto Campelo, desta vez expressa em entrevista ao portal 180 graus, segundo a qual o poder financeiro exerce influência fortíssima no resultado da eleição.
Na opinião de Norberto, é necessária e urgente a realização da reforma política no País para fazer frente à corrupção, produto, segundo ele, do atual modelo do sistema político-eleitoral.
"Está ultrapassado”, afirma o conhecido jurista. “Das 513 campanhas mais caras no Brasil recentemente, 379 foram vitoriosas, o que mostra como o poderio econômico é determinante para a eleição dos candidatos", declarou.
Norberto alerta que o eleitor não elege mais ninguém. E citou, para exemplificar, o valor de R$ 80 milhões recebidos pelo PT, de empresas, em 2013. Este montante é muito superior ao recebido por outros partidos.

Esse dinheiro é proveniente de empresas, em sua maioria grandes construtoras, que bancam as caras campanhas dos candidatos mais abastados e mais conhecidos, os quais, eleitos, proporcionam a elas o retorno desses recursos por intermédio de esquemas de concessões de obras e serviços públicos.

O ouvinte reagirá: “Isso é normal, é natural, e todo mundo sabe”. Sim, é uma realidade. Mas uma realidade injusta com a Nação, com o estado, com os municípios, porque o poder dos ricos e dos poderosos suplanta a opinião popular. Esta, sôfrega, impotente, não produz o governo que a Nação espera.

A Nação, cujas esperanças são depositadas nos afazeres diários dos pobres trabalhadores e no debruçar sobre os livros dos estudantes.

Sim, urge a produção de uma reforma política que atenda às aspirações do povo brasileiro, os verdadeiros destinatários de todos os serviços e obras do poder público.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª edição de 23.06.14






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