quarta-feira, 18 de junho de 2014

Zé Filho pode romper com governo por causa da suspensão da Operação Carro-pipa



Na semana passada, a secretária estadual da Defesa Civil, Simone Pereira, disse que se não forem feitos os repasses dos recursos para a compra e distribuição de água no semiárido piauiense, vai morrer gente de sede no interior do estado.

O governo federal suspendeu a liberação de cerca de R$ 18 milhões destinados à Operação Carro-pipa no estado, o que é um absurdo. Nas declarações que fez à mídia, Simone Pereira disse que fora informada que a responsabilidade pela liberação da verba passou para a Casa Civil da Presidência da República,

Com a suspensão, milhares de pessoas penam com a seca em pelo menos 94 municípios piauienses. Não há água nem para o consumo humano. Há pessoas doentes que passaram por cirurgias recentes e precisam de água pra tudo.

Não justifica. A água é um direito do cidadão. Inadmissível quando se sabe ser o Piauí um dos estados de maior potencial em água no subsolo. O que foi feito efetivamente para o aproveitamento da água? Pouco, se considerarmos as nossas necessidades.

Agora, o governador Zé Filho ameaça romper politicamente com a presidente Dilma Rousseff por causa da suspensão da Operação Carro-Pipa e votar em Aécio Neves (PSDB).

Ora, o Piauí deve tomar uma atitude corajosa em relação ao tratamento que sempre recebeu. Nossos políticos, de pires na mão, agradecem – este é um gesto de gratidão que deve ser alimentado - e, diante da fragilidade de nossa representação, mais frágeis se apresentam nos contatos com os quadros do Planalto Central.

Enquanto Ceará, Maranhão, Pernambuco, Bahia e outros estados são contemplados com empreendimentos de peso como refinarias de petróleo, portos marítimos, construção e reformas de estádio etc, etc, etc, o Piauí, filho enjeitado da Nação, padece como pedinte em porta de igreja, suplicando à caridade pública uma moeda, o perdão e a complacência de Deus.

O que queremos, afinal? Que Piauí vamos construir? Apenas um rompimento político do governador não nos indica o rumo a seguir. O Piauí precisa ter a coragem de revolucionar-se a si mesmo e pensar grande para integrarmos verdadeiramente a Federação, como determina a Carta Magna, que prevê a construção de uma sociedade democrática, justa, fraterna, desenvolvida, humanitária, soberana e feliz.

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 17.06.14




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