Na semana passada, a secretária
estadual da Defesa Civil, Simone Pereira, disse que se não forem feitos os
repasses dos recursos para a compra e distribuição de água no semiárido
piauiense, vai morrer gente de sede no interior do estado.
O governo federal suspendeu a
liberação de cerca de R$ 18 milhões destinados à Operação Carro-pipa no estado,
o que é um absurdo. Nas declarações que fez à mídia, Simone Pereira disse que
fora informada que a responsabilidade pela liberação da verba passou para a
Casa Civil da Presidência da República,
Com a suspensão, milhares de pessoas penam com a seca em
pelo menos 94 municípios piauienses. Não há água nem para o consumo humano. Há
pessoas doentes que passaram por cirurgias recentes e precisam de água pra
tudo.
Não justifica. A água é um direito do cidadão. Inadmissível
quando se sabe ser o Piauí um dos estados de maior potencial em água no
subsolo. O que foi feito efetivamente para o aproveitamento da água? Pouco, se
considerarmos as nossas necessidades.
Agora, o governador Zé Filho ameaça romper politicamente com
a presidente Dilma Rousseff por causa da suspensão da Operação Carro-Pipa e
votar em Aécio Neves
(PSDB).
Ora, o Piauí deve tomar uma atitude corajosa em relação ao
tratamento que sempre recebeu. Nossos políticos, de pires na mão, agradecem – este
é um gesto de gratidão que deve ser alimentado - e, diante da fragilidade de
nossa representação, mais frágeis se apresentam nos contatos com os quadros do
Planalto Central.
Enquanto Ceará, Maranhão, Pernambuco, Bahia e outros estados
são contemplados com empreendimentos de peso como refinarias de petróleo,
portos marítimos, construção e reformas de estádio etc, etc, etc, o Piauí, filho
enjeitado da Nação, padece como pedinte em porta de igreja, suplicando à
caridade pública uma moeda, o perdão e a complacência de Deus.
O que queremos, afinal? Que Piauí vamos construir? Apenas um
rompimento político do governador não nos indica o rumo a seguir. O Piauí
precisa ter a coragem de revolucionar-se a si mesmo e pensar grande para
integrarmos verdadeiramente a Federação, como determina a Carta Magna, que
prevê a construção de uma sociedade democrática, justa, fraterna, desenvolvida,
humanitária, soberana e feliz.
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 17.06.14
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