As defecções, as divergências intra-partidárias durante o
período eleitoral são comuns. Agora, alguns partidos se movimentam para
analisar o comportamento de gestores e candidatos no tocante à fidelidade
partidária.
Fala-se que as punições virão para dar melhor direcionamento
à conduta de filiados, gestores e candidatos.
Acreditamos que possam, na realidade, se efetivar tais
punições. Em alguns momentos, este ou aquele político se vê na obrigação de
abandonar sua sigla e ingressar em outra porque lhe falta espaço no partido no
qual milita. Isso não é incomum.
Há mais ou menos um ano muitos dos nossos políticos migraram
de suas antigas militâncias em direção a outros ninhos com o objetivo de
disputar as eleições deste ano.
Muitos de nossos políticos já percorreram não poucos
partidos. Há deles que passaram por cerca de dez agremiações. Repetimos: os
espaços estariam fechados à sua participação efetiva dentro da agremiação ou,
por outro lado, não conseguiam identificar oportunidade de êxito nas eleições.
Há casos em que as mudanças se dão apenas por fisiologismo.
Noutros, também por necessidade de acomodação, criação de novas agremiações, posturas
ideológicas etc, etc, etc.
A lei exige fidelidade partidária e estabelece alguns requisitos
e critérios para a transferência de filiação. Cada um se justifica como pode.
O que ressalta é que, nesta eleição, vamos constatar a
evolução da traição partidária, embora a maioria dos políticos declare que
acompanha a orientação de sua agremiação. Há casos localizados em alguns
municípios nos quais prefeitos, por exemplo, não seguirão o que manda o
figurino partidário por causa não apenas de desavenças, desentendimentos, mas
devido à ocorrência de verdadeiras inimizades que se cristalizaram no curso do
tempo.
Não será fácil para os dirigentes analisarem tais
comportamentos. Terão que fechar os olhos em alguns casos, ou abrir um olho e
fechar o outro ou, ainda, manter um olho no gato e outro no rato.
As traições políticas, sim, continuarão sendo nossas
companheiras pelo menos durante muito tempo.
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 03.07.14
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