Pelo menos 58 famílias de trabalhadores piauienses prejudicados com a construção da ferrovia Transnordestina, em São Francisco de Assis do Piauí e Bela Vista do Piauí, estão recebendo auxílio do padre Henrique Geraldo Martinho Gereon. Esses trabalhadores terão suas casas e roças destruídas para a construção da obra.
Até aí tudo bem. A ferrovia é
importante para escoar a produção de grãos do Piauí para os portos de Suape, em
Pernambudo, e Pecém, no Ceará. O problema é que as indenizações prometidas têm
valores irrisórios e essas famílias não têm condição financeira de levantar
outras casas. O padre já distribuiu mais de R$ 100 mil.
Insatisfeitas, as famílias, por
intermédio de um advogado contratado pela Fraternidade São Francisco de Assis,
acionaram a justiça na busca dos seus direitos. Há casa avaliada em R$ 30 mil,
mas a indenização oferecida é de apenas R$ 18 mil. Os trabalhadores, que vivem
da terra, estão desesperados.
Desenvolvimento
é produto do trabalho da pessoa humana, em prol da pessoa humana, não contra
ela, como se está fazendo. A obra, como dito acima, é importante, e desse tipo
de obra precisamos muito mais.
Todavia,
produzir riqueza à custa do sofrimento e da pobreza alheia é inominável. É
desrespeito aos direitos naturais da pessoa humana. É desrespeito ao trabalho.
É afrontar a dignidade humana.
Além disso,
não podemos considerar favor a construção da obra. Ela está sendo feita com
recursos públicos, portanto, dinheiro produzido pelo pagamento de impostos,
taxas etc, tudo fruto do trabalho dos brasileiros.
É preciso
que o governo reveja sua postura e que a justiça faça justiça.
Domingos Bezerra Filho
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