A disputa presidencial foi uma das mais acirradas da
história brasileira. A distância eleitoral entre Dilma Rousseff e Aécio Neves
foi muito pequena, de apenas 3,4 milhões de votos. Não nos cabe dizer agora quem
errou e quem acertou na busca da confiança popular. Dilma obteve 54,5 milhões de votos (51,64%) e
Aécio, 51 milhões (48,36%). A presidente venceu em 15 das 27 unidades da
federação e Aécio em 12.
O que nos cabe é refletir sobre o futuro do País, que é de
todos e de todas. O combate travado na campanha deste ano nos irmanou, muito
embora alguns dos contendores tenham tentado dividir a Nação entre pobres e
ricos, pretos e brancos, amigos e inimigos.
É preciso aprender com as diferenças, compreender que o
poder público (e o nome já está explicitando), o poder público é resultado da
ação comum, da ação geral. O poder público deve ser exercido em nome do
público, em nome de todos. Não de um grupo, de um partido, de uma classe, de
uma categoria.
A política, como dizia Rui Barbosa, é a arte de gerir o
Estado. E o Estado é a representação jurídica das aspirações populares. O
Estado é o ente jurídico da administração da coisa pública. O Estado é a
corporificação do interesse público. O Estado é a materialização do sentimento
popular. Ou pelo menos deve ser.
Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff reassume o poder com
uma responsabilidade maior. Terá a obrigação de atender ao recado das urnas.
Recado este duro, exigente, como exigente é e deve ser a Nação.
Cruzamos uma nova era. Um novo mundo se descortina para a
Pátria brasileira. A Pátria que, lembrando Rui novamente, a Pátria que é a
família amplificada, a Pátria que não é ninguém, mas são todos. Todos os
sentimentos, todas as dores, todas as vontades, desde que essas vontades sejam
a consolidação da esperança nacional.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 27.10.14
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