Virou tradição no Piauí dizer-se que o governo federal, em sucessivos mandatos, tem olhado pouco, ou melhor, investido pouco no estado. Dizia-se também, e eram os mais antigos que assim se referiam, que durante os governos militares o Piauí recebeu muito dinheiro a fundo perdido.
Investimento a fundo perdido é a destinação de verbas
públicas, no nosso caso federais, ao estado, sem o correspondente reembolso ou
sem contrapartida. Esses investimentos são voltados a ações sociais, com obras
de infraestrutura, saneamento básico e
construção de casas populares.
Também se menciona como o último grande investimento em
infraestrutura física no Piauí a construção da barragem de Boa Esperança, que começou
em agosto de 1964 e terminou em abril de 1970.
Temos obras cuja necessidade é urgente, as quais
contribuiriam para apressar o desenvolvimento econômico do Piauí, na medida em
que recebemos investimentos em setores sociais como a implementação do Bolsa
Família e outros benefícios. Duas delas são o porto seco de Teresina e o porto
marítimo de Luiz Correia.
Mas não são apenas a conclusão dessas e outras obras que
abririam oportunidade para o nosso desenvolvimento econômico.
Tido como um dos mais pobres do País, o Piauí carece, em
primeiro lugar, mudar a sua mentalidade e o tratamento que se dá a si mesmo. Pensar
grande, sem rancores, sem mágoas, sem invejas.
Lutar pela redução das desigualdades é um dos nossos
imperativos. Luta esta que deve ser travada com a união de todos e o elevamento
do espírito público das nossas lideranças, sejam políticas, empresariais,
comunitárias, populares, estudantis, profissionais.
Não será apenas a extraordinária votação obtida pela
presidente Dilma que vai assegurar melhor tratamento para o estado. Em parte,
sim. A outra parte: é preciso que tenhamos projetos exequíveis, projetos que se
finquem não apenas na nossa realidade econômica, mas na viabilidade, considerando
as peculiaridades regionais e locais.
O que é inadmissível, contudo, permanecermos atolados na
miséria econômica que nos obriga a sermos um dos maiores beneficiários de
programas sociais que, importantes em sua finalidade, carecem de validade
econômica para transformar a realidade.
Domingos
Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 28.10.14
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