Há
cerca de 30 anos tramita na Câmara dos Deputados a proposta de reforma
política. São vários modelos. Alguns, já do conhecimento nosso, aos quais o
eleitor está acostumado, como o sistema proporcional com validação dos votos
dos candidatos para os partidos político e coligações.
Ontem,
os deputados federais decidiram pela permanência do modelo atual, rejeitando o
distritão e o distrital misto. Permanece
o sistema proporcional, que contabiliza os votos dados individualmente aos
candidatos de um partido e os da legenda. A partir daí é feito o cálculo de
quantas vagas cada partido consegue preencher. Outras mudanças ainda serão
discutidas.
Tem
gente que acredita ser a reforma política o remédio para todos os males da
política brasileira. Acreditamos que não.
Para
consertar o país e melhorar sua condição no contexto das nações é preciso
regenerar a nação, como já se falou aqui em editorial do ano passado em que
lembramos a contribuição de Machado de Assis ao discorrer sobre a participação
da literatura na construção da vida nacional.
O
Brasil precisa das reformas política tributária, da concepção de um novo pacto
federativo, do respeito aos princípios democráticos – os quais primam pela diversidade
de opiniões e idéias. O Brasil precisa resgatar, por intermédio da educação
renovadora, o sentimento do civismo, do valor do amor pátrio.
A
efervescência que testemunhamos no meio social, com o surgimento de denúncias e
posterior julgamento dos envolvidos, oferece-nos um sinal de que estamos
mudando.
As mudanças
culturais não ocorrem de uma hora para outra. Com o correr do tempo elas se
solidificam. Estamos aprendendo e reconstituindo os valores necessários à convivência
pacífica, democrática, fraterna.
Como afirmamos no editorial de agosto do ano passado: a
nação precisa se reconstruir, ou melhor, constituir-se num organismo vivo,
pulsante, palpitante, coeso, forte, sereno, com densidade tanta que sua
presença na geopolítica mundial se imponha como força transformadora das várias
sociedades igualmente injustas, sem dependência dos financistas internacionais
que amealham fortunas e aniquilam os mais pobres.
Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de
27.05.15
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