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Marcelo Castro foi desrespeitado pelo presidente da Câmara |
Você está interessado em reforma política? Que sistema de
governo você escolheria? Que sistema eleitoral seria melhor para o país? Por
que você escolhe um político rico e não um pobre?
Estas perguntas, embora não sejam as que você talvez esteja
formulando, nos interessam para afirmar uma coisa: os políticos não querem
fazer reforma política nenhuma. O povo
também não. As pessoas não estão nem aí. O que interessa é o bolso com dinheiro
e a panela com feijão, carne e arroz.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro, o
estado incluído na região dos “superiores brasileiros”, ignorou o relatório
apresentado pelo deputado federal Marcelo Castro, do Piauí, o penúltimo estado
na confederação desigual brasileira.
O problema não são apenas conflitos entre o parlamentar
piauiense e o carioca. O grande problema é que não somos uma federação e o
Piauí não existe. Minto, existe só para bater palmas e oferecer títulos de
cidadão piauiense como o que oferecemos a Michel Temer e às centenas de falsas
lideranças nacionais.
Tenhamos coragem de dizer a verdade: o Brasil é um país que
não respeita os brasileiros. Ou melhor, os brasileiros do lado de cá não se
respeitam. Passam a vida toda a puxar saco dos poderosos do Sul Maravilha,
amargando a falsa distribuição da riqueza nacional.
Mas o que tem isso a ver com a reforma política? Tudo a ver.
Da mesma forma que passamos a vida a puxar o saco dos sulistas, hoje batemos
palmas para eles e eles nos ignoram, como o carioca vai agora ignorar o
relatório apresentado por Marcelo Castro. Os do contra a verdade dirão que
estou a defender o Marcelo. Não, isso não me interessa.
Voltemos ao início da República. Coelho Rodrigues produziu o
texto do Código Civil Brasileiro, mas o governo de Floriano Peixoto não lhe permitiu
aprovação e o que foi aprovado depois tem a assinatura do cearense Clóvis
Belivácqua, casado com uma piauiense, a poetisa Amélia de Freitas Bevilácqua.
Mas a base do texto era do piauiense.
É preconceito? De inferioridade? De superioridade? É
arrogância? Ou mendicância?
Somos acostumados a mendigar cargos ao Planalto e receber
breves tapinhas nas costas para agradar a pequenas lideranças, a lideranças de
burgos, a lideranças humílimas que se rebaixam aos grandes líderes nacionais e,
aqui, humilham os paupérrimos piauienses.
O Piauí, rebaixado mais uma vez, diz sim aos poderosos do Planalto
e, por isso, permanece na planície, a suplicar uma atenção, um pedaço de pão,
uma verbinha de gabinete para distribuir nos porões da miséria que mata o povo
no campo.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 26.05.15
Muito lamentável este fato, mas infelizmente isto é uma realidade. Os piauienses são constantemente discriminados no Congresso Nacional. Não é possível que não vá aparecer nenhum herói estadual.
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