Sob o título de “O futuro já está perdido”, o veterano
jornalista e repórter especial da Folha Clóvis Rossi, postou artigo no site,
datado de 17 deste mês, em que lamenta a situação do Brasil no ranking sobre os
cuidados na preparação das pessoas para a vida.
Ele analisa o Relatório sobre o Capital Humano, “um estudo
que o Fórum Econômico Mundial vem preparando desde 2013, para medir o êxito dos
países em adestrar, desenvolver e preparar a sua gente”, o “grande ativo” de
cada nação.
O relatório coloca o Brasil na 78ª posição entre os 124 países. Segundo Clóvis Rossi, “há pelo menos três itens que
tornam o cenário ainda mais devastador”. Vejamos:
“1 - O que empurrou o Brasil ao fundo do ranking foi o
desempenho no preparo dos menores de 15 anos, idade crucial. Nesse capítulo, a
posição brasileira é de chorar: 91º lugar.
“Pesou em especial o que o relatório chama de "taxa de
sobrevivência em educação básica", ou seja, a capacidade de o aluno sair
"vivo" (bem preparado) do ciclo básico.
“2 - Olhando-se
apenas a posição no ranking dos países latino-americanos e do Caribe, aí dá
vontade de se matricular no clube dos portadores de complexo de vira-lata.
“O Brasil, sétima ou oitava economia do mundo, dependendo
do momento, é apenas o 13º país latino-americano/caribenho em matéria de
tratamento digno de seu capital humano.
“Perde para o Chile (45º), Uruguai (47º), Argentina (48º),
Panamá (49º), Costa Rica (53º), México (58º), Peru (61º), Colômbia (62º), El
Salvador (70º), Bolívia (73º), Paraguai (75º) e Barbados (77º).
“3 - No âmbito dos Brics, que são só cinco, o Brasil fica
exatamente no meio: perde de Rússia e China, ganha de Índia e África do Sul.
“Nesse grupo, um detalhe importante: por mais que a China
seja um grande êxito de público e de crítica nos últimos muitos anos, sua
posição no ranking de capital humano é ruim (64º posto, não muito à frente do
78º do Brasil).
“Parece, pois, evidente que crescimento espetacular, por si
só, não é suficiente para preparar o capital humano para os desafios do mundo
moderno.
“É uma impressão reforçada pelo fato de que dois países que
enfrentam ou enfrentaram uma crise econômico-social terrível (Grécia, 40º
lugar, e Espanha, 41º) tratam seu capital humano melhor do que a China e melhor
que qualquer um dos países latino-americanos, nos quais ou não houve crise ou
ela foi mais suave”.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do
Jornal da Teresina 2ª Edição de 22.05.15
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