A violência praticada contra as quatro adolescentes de
Castelo do Piauí nesta quarta-feira é sintomática da crise moral, embora
determinadas pessoas queiram ver o caso de forma isolada.
A delinqüência juvenil é uma realidade em todo o estado do
Piauí e no Brasil. As menores cidades piauienses contabilizam ações que denotam
a degenerescência social.
No ano passado, a prefeitura de Coivaras, salvo engano, veio
a Teresina pedir apoio às autoridades da Segurança Pública para conter a onda
de violência, uso e tráfico de drogas na cidade. E olha que Coivaras é uma
cidade pequena, menor do que Castelo do Piauí.
O problema é sério e, repetimos, não é isolado. A droga
campeia. Os traficantes vendem seus produtos até dentro de escolas. Sua
primeira ação é a atração do incauto juvenil, oferecendo-lhe gratuitamente o
produto.
Depois, quando o menino ou a menina vão se tornando
dependentes, vendem a droga sob ameaça. Quando não há o devido pagamento pelo
produto, ameaçam até seus familiares. Esses meninos e meninas furtam alguma
coisa de casa para pagar ao traficante ou para adquirir nova quantidade de
droga e, assim, alimentar o vício cada vez mais pernicioso, prejudicial a si, à
sua família e à sociedade.
Este é um caso de saúde pública e não somente de polícia. É uma
doença social. É uma peste que ocupa o espaço social por causa da peste moral.
As ações a serem desenvolvidas, de modo geral, devem
envolver a transdisciplinaridade, a diversidade de atividades, a comunhão de
esforços e atitudes dos vários setores da superestrutura social, ou seja, das
autoridades competentes, responsáveis pelo direcionamento e ordenamento social.
E envolve a família. Esta, a célula mater da sociedade, já
que a Pátria é a família amplificada conforme o ensinamento de Ruy Barbosa.
O problema não é de fácil solução. Exige o envolvimento de
todos.
Sobre a punição aos suspeitos, ela deve ser rígida, não
interessam os motivos que os levaram a enveredar pelo mundo do crime. É preciso
punir. É preciso vigiar e punir.
Mas que fique a lição para cada família, cada cidadão, cada
pai e cada mãe; para cada irmão e cada irmã, cada parente, cada autoridade.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 29.05.15
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