Teresina deve ter, morando nas
ruas, pelo menos 300 pessoas, entre homens, mulheres, adultos e crianças, um
número reduzido se considerarmos a população da cidade. Isso preocupa?
Claro que, individualmente, isso
não incomoda muito. Só quando você é abordado por uma dessas pessoas, pedindo
alguma coisa. No centro da cidade, em lanchonete ou bar, as pessoas são sempre
abordadas por pedintes, moradores de rua.
Quais os motivos encontrados pelos
moradores de rua para fazer tal escolha? São vários: vício em drogas ou álcool,
conflito familiar, desemprego, perturbações mentais etc.
Há pelo menos 20 ou 30 anos este
não era problema tão sério porque não eram casos comuns. Mendigos se tornaram
folclóricos por perambularem pelo centro da cidade ou nas imediações dos
mercados públicos de bairros como os da Piçarra, do Mafuá, da Vermelha, do
Buenos Aires, do Parque Piauí.
Praticamente moravam nesses locais.
Ficaram conhecidos dos consumidores, muitos até com certa relação familiar, de amizade.
Não se tinha notícia de brigas, assassinatos. Embora já existisse a droga, a
droga pesada - não o álcool, droga lícita, permitida e elogiada -, ela não motivava
confusão, crimes.
Isso mudou. Hoje, a realidade de
moradores de rua em Teresina, apesar de o número deles ser razoavelmente
pequeno, é um problema social. E há entidades e órgãos públicos que buscam
soluções. Não é fácil encontrar a solução. Morar na rua, para eles, passou a
ser uma opção de vida, passou a ser a própria vida.
Equipes formadas por psicólogos,
assistentes sociais e outros agentes de proteção social enfrentam dificuldade
para convencê-los a abandonar as ruas. Muitos deles atacam as pessoas,
assaltam.
Os assassinatos de dois deles,
ontem, servem de alerta para as autoridades e a sociedade civil que se diz
organizada.
Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 21.05.15
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