A mídia tem registrado nos últimos anos a prática de atos de
violência coletiva com o objetivo de punir pessoas supostamente acusadas do
cometimento de crimes contra a integridade física, a segurança financeira e a
vida de cidadãos.
A violência é inerente ao ser humano, seja para conquista e
manutenção do poder, extravasamento intolerante de opiniões, ostentação da
ignorância, socialização de pontos de vista e ideologias, etc, etc, etc.
Com o advento e o desenvolvimento da Internet e das redes
sociais, a divulgação e promoção da violência vêm ganhando corpo e expandindo
sua influência entre os grupos humanos.
Exemplo claro foi, aqui no Piauí, o aprisionamento e
posterior exposição de um homem suspeito de furto na região do Grande Dirceu em
um formigueiro. Recentemente, uma dona de casa de Guarujá, no litoral paulista,
foi espancada até a morte sob a acusação inverídica de seqüestro de crianças.
Questionamos: voltamos à barbárie? Nossa civilização destrói
e não confia mais nos valores morais e na força da lei para a prática da
justiça?
Pode-se questionar também o uso das redes sociais para a
difusão de informações e idéias sem o filtro realizado pelo jornalismo. Este
tema é complexo e não se esgota aqui.
Queremos, todavia, lançar mais uma vez o desafio às
autoridades constituídas no sentido de atentarem para a condução da coisa
pública, de modo geral, e da justiça, em particular, obedecendo aos ditames éticos,
morais e legais que a civilização exige e a barbárie condena.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª
Edição de 15.05.14 (Teresina FM)
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