Não ganhou muita repercussão a morte hedionda de uma jovem
cujo corpo foi esquartejado e deixado na linha de trem no bairro Mafuá, na zona
Norte de Teresina, há cerca de um mês.
O que há com a sociedade? Imaginamos que se esse crime
tivesse atingido pessoa de renome, a repercussão teria sido muito maior e ainda
hoje estaríamos comentando tal ocorrência, o que é muito natural.
Mas perguntamos novamente: o que está ocorrendo com a
sociedade? O que está acorrendo com a sensibilidade das pessoas, que não dão a
mínima atenção a um fato tão lastimável?
Os interesses que nos movem estão a produzir uma sociedade
presa em seus próprios sentimentos, em seu egoísmo, em seu egocentrismo.
Vivemos num mundo conturbado, que exige pressa e nos consome. Um mundo que
exige cada vez mais que nos esforcemos para dar cumprimento às nossas
necessidades mais urgentes. Um mundo que nos faz fechar os olhos para os nossos
semelhantes e nos obriga a ver apenas o nosso próprio umbigo.
O assassinato da moça, esquartejada impiedosamente, ao que
parece vai permanecer no limbo do esquecimento. A memória popular por ela não
se interessa. Interessa-se por coisas mínimas.
É preciso que as pessoas reflitam um pouco mais sobre a
condição humana, sobre os interesses de cada um e sobre os interesses
coletivos.
A violência tornou-se comum, foi banalizada e é nosso prato
de todo santo dia.
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