A exemplo do que indicou o encontro
nacional “Na copa vai ter luta”, ocorrido no dia 22 de março deste ano em São
Paulo, que reuniu movimentos sociais de todo o país, faz-se necessário
organizar nos estados um amplo processo de mobilização social. Vamos
transformar este ano da copa do mundo e das eleições num momento de mobilização
social para conquistar todas as reivindicações dos trabalhadores, da juventude
e da população carente. Já estão em greve servidores do Detran, da Educação
municipal de Teresina, trabalhadores rodoviários e servidores técnico-administrativos da UFPI. Outras categorias do serviço
público municipal também se mobilizam, além de professores e estudantes de
universidades como a UESPI, UFPI e IFPI.
Para Daniel Solon, presidente da
Associação dos Docentes da UESPI (ADCESP) e da executiva estadual da
CSP-Conlutas, enquanto os governos federal, estaduais e municipais estão
gastando mais de R$ 53 bilhões de reais com as obras para a Copa do Mundo,
falta financiamento para serviços públicos como saúde, educação, transporte e
segurança. “No Piauí, onde não haverá jogos da Copa, o governo priorizou a
reabertura do estádio Albertão ao invés de tirar as goteiras das salas de aula
dos campi da Uespi, de norte a sul do Estado. É apenas um exemplo do descaso
dos governos com os serviços públicos”, afirma.
Os movimentos sociais questionam
os grandes lucros com dos grandes empresários e da FIFA, que embolsam grandes
somas de dinheiro público em detrimento da melhoria de vida do povo pobre e
trabalhador. Estes problemas se revelam no Piauí com o descaso com os serviços
públicos, deixando a população vivendo em condições precárias: morrendo da
porta de hospitais e recebendo uma educação pública precária. “O sentimento de indignação que moveu as
manifestações de junho de 2013 com uma forte disposição e luta está sendo
retomado. Não adianta repressão por parte dos governos: na copa vai ter luta e antes
da Copa também. No dia 28 de maio, por exemplo, a UESPI vai às ruas protestar
por mais verbas, autonomia financeira, contratação de professores efetivos,
assistência estudantil e outras pautas”, completa Daniel Solon, em referência
ao Dia Nacional de Mobilização em Defesa das Universidades Estaduais e
Municipais convocado pelo Sindicato Nacional dos Docentes (Andes SN), a qual a
ADCESP faz parte.
“Os atuais governos praticam todo
tipo de desrespeito com a população, a exemplo dos despejos de famílias que tem
suas casas arrancadas para dar lugar às obras da Copa do Mundo. No Piauí, o
caos se instala na saúde e educação, com o patrocínio de um verdadeiro desmonte
praticado por Zé Filho (PMDB). Firmino Filho (PSDB), além de continuar com a
administração voltada para os interesses das grandes empresas, nos últimos
meses declarou guerra ao movimento sindical quando resolve perseguir a direção
do SINDSERM”, afirma Ana Célia, diretora do Sindicato dos Servidores Municipais
de Teresina (SINDSERM). Atualmente, os trabalhadores em educação de Teresina
estão em greve por melhorias salariais e contra o aumento da jornada de trabalho
nas escolas.
“Diante desse cenário recheado de
injustiça social, os movimentos sociais anunciam que “Na copa vai ter luta” e
se preparam para voltar às ruas em grandes manifestações durante a Copa do
Mundo. No Piauí, estamos realizando uma primeira plenária para discutir como
iremos organizar essas lutas por aqui a partir do calendário nacional de lutas
do Espaço Unidade na Ação. Convocamos toda a população a aderir aos protestos e
levantar as bandeiras de luta pela melhoria da saúde, educação, segurança, além
do atendimento das reivindicações das greves que estão em curso por todo o país
por reajuste de salários, condições de trabalho e melhoria da carreira
funcional no serviço público”, conclui o professor da UFPI, Douglas Bezerra, da executiva da CSP-Conlutas-PI.
Com informações da Ascom
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