Os resultados da compra e venda de votos são semelhantes aos
resultados provocados pela prática da corrupção no país. Quando o cidadão vende
o voto, seja por intermédio da gratidão por um favor obtido – que é até justo por
considerarmos a gratidão uma virtude - , quando o cidadão vende o voto por uma
carrada de massará, quando o cidadão vende o voto por uma consulta médica,
quando o cidadão vende o voto por chapa, uma prótese dentária, quando o cidadão
troca o voto por uma perna de borracha, quando o cidadão vende o voto por um
emprego dado à menina que completou 18 anos, etc, etc, etc, ele ajuda a prosperar
a indignidade, a mediocridade, a mendicância, a pobreza e a miséria humana.
Todos afirmam ser imprescindível ouvir as propostas dos
candidatos, com o que concordamos. Mas não são apenas as propostas apresentadas
pelos candidatos a força motriz da manifestação da cidadania por intermédio do
voto no dia da eleição.
A escolha de um presidente, governador, deputado, prefeito,
vereador resulta na construção ou descontrução do país, do estado, do
município. O voto é determinante na construção de vidas.
O voto, direito natural e constitucional do cidadão, é
fundamental para o estabelecimento futuro, em um futuro próximo, de meses ou
anos, de mais segurança ou insegurança pública. Por quê? Porque o governador,
por exemplo, vai escolher o secretário da Segurança Pública, o comandante da
Polícia Militar e estes serão responsáveis pela implementação das políticas do
setor. O mesmo acontece com o presidente da República, que nomeia os ministros
para os mais diversos cargos, inclusive aqueles que comprarão a carne paga pelo
povo para alimentar a família presidencial.
Note bem: a educação nacional vai mal o bem? Ela também é resultado da escolha que fazemos
no dia da eleição. Não adianta contra-argumentar que temos escolas privadas,
que nem tudo depende da política. Depende, sim. Tudo depende da política,
inclusive o funcionamento das escolas da rede particular de ensino. Por vários
motivos. Lembremos apenas um: porque passa por decisões governamentais o
estabelecimento dos juros aos quais serão submetidas todas as empresas. É
decisão governamental a cobrança de impostos, dos quais não podemos nos livrar.
Portanto, não venda o voto. Quando você vende o voto, você está
entregando sua vida de bandeja aos compradores de honra, aos corruptos, aos
desumanos, aos miseráveis bandidos que estupram e assaltam sua família, aos
ladrões de almas, de vidas.
Cada vez que você vende o voto você está matando uma criança
de fome, está aumentando as filas nos hospitais, está ampliando o número de sepulturas,
está destruindo uma escola, está atrasando o salário do servidor público, está
atirando na cabeça do seu filho.
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 11.09.14
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