Recomeçar não é fácil, mas é necessário. No dia-a-dia,
enfrentamos várias batalhas. Batalhas em defesa da própria vida, em defesa da
sobrevivência, em defesa dos nossos princípios, em defesa de nossas ideias, em
defesa de nosso emprego, em defesa de nosso estado, em defesa de nossa Pátria.
Nas nossas batalhas diárias lutamos em defesa de nossas
famílias, em defesa de nossos filhos. A defesa dos filhos é uma característica
até da ação dos animais irracionais. Chegue perto de uma onça recém-parida para
ver o que acontece!!!! Uma inofensiva galinha caseira avança contra a pessoa
quando esta ameaça algum ato contra seus filhotes.
No nosso dia-a-dia, somos derrotados em muitas de nossas
batalhas. Aí é preciso saber recomeçar. Recomeçar é, ao mesmo tempo, uma arte e
uma ciência. Não uma arte na conceituação, na concepção da cultura livresca.
Uma arte porque é fruto da criatividade, da experiência, da vontade, da luta. E
fazer arte é lutar sempre.
Recomeçar é uma ciência. Não uma ciência no sentido estrito,
mas no sentido lato, porque permite interpretações, subjetivações,
entendimentos diversos conforme os conhecimentos, a experiência individual, a
relativa observação pessoal etc.
Sendo recomeçar uma arte e uma ciência, é preciso saber
recomeçar. Mas para saber recomeçar é preciso adquirir experiência, tentar, ir
em frente, ir à luta. Assim como vamos à luta diariamente neste estado pobre,
que tentamos em tornar rico, sem o sofrimento nosso de cada dia em decorrência
das mazelas históricas que herdamos de nossos antepassados e incentivamos nos
nossos contemporâneos.
É preciso recomeçar todo dia, como se cada dia - como o é na
realidade – jamais tivesse existido. Todavia, as experiências do ontem devem
ser avaliadas para delas tirarmos os melhores ensinamentos, tais quais aqueles
que nos transmitem nossos pais e mães.
Recomeçar é levantar a cabeça diante da derrota e do
sofrimento, mesmo com medo de errar. Este, o medo, é natural, mas não devemos
nos conceder o direito de permanecermos no medo. Precisamos, ao cair, levantar,
arrostando as maiores dificuldades porque só os que enfrentam as adversidades
conquistam a vitória.
Mas o que tem a ver essa filosofia com a nossa realidade? A
filosofia é parte integrante do nosso dia-a-dia. Ajuda a construir o nosso
dia-a-dia.
E como o Piauí vive caindo pelas tabelas carecemos levantar
os nossos pensamentos, as nossas pernas, os nossos braços e lutar, lutar
sempre. Jamais desesperar.
Os fortes não se desesperam, pois sabem que há sempre um
amanhã.
Esta é a primeira mensagem de Ano Novo.
Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 05.01.2014
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