segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Execução de brasileiro na Indonésia reacende debate sobre pena de morte

Alguns países adotam a pena de morte. Nos Estados Unidos, 36 dos 50 Estados aplicam a punição para a prática de alguns crimes. O governo federal americano também, embora raramente.

Na Indonésia, a lei é severa, o governo é muito rígido e não aceita pedidos de clemência de outros governos. No sábado à tarde, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado 11 anos depois de ser condenado por tráfico de drogas.

Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, está no corredor da morte pelo mesmo crime. Na Indonésia, a condenação à pena de morte pode ser suspensa se o indivíduo, comprovadamente, sofrer de problemas mentais. Uma junta médica atestou que Rodrigo Gularte é escrizofrênico. A família dele tenta convencê-lo a se internar, mas o rapaz de 43 anos, natural de Curitiba (PR), preso em 2004, resiste.

O fuzilamento de Marco Archer envolveu a opinião pública do mundo inteiro. No Brasil, como não poderia ser diferente exatamente porque Archer é brasileiro, o assunto mereceu atenção da mídia, de autoridades de todas as cores e ideologias.

Um post no twitter da ex-ministra dos Direitos Humanos da Presidência da República e atual deputada federal pelo PT do Rio Grande do Sul, Maria do Rosário, causou polêmica. Ela diz não entender o interesse das pessoas pelo destino das cinzas do homem que era traficante e não herói.

No Brasil, a pena de morte não é adotada. Mas a Constituição prevê sua aplicação, conforme disciplina o Inciso 47 do Art. 5. O Código Penal Militar, de 1969, descreve os crimes que podem levar a essa punição.

Ainda não estou convencido do estabelecimento, no contexto jurídico brasileiro, da pena de morte para crimes hediondos. A discussão vai voltar à tona este ano, já que o País debate as reformas política e penal.

Em tempo: o tráfico de drogas é um crime que merece punição mais severa no Brasil. Os traficantes utilizam crianças e outros menores, destruindo a vida dessas pessoas.

Este assunto será tema de um dos nossos próximos editoriais.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 19.01.15




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