sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O que fazer com os adolescentes e jovens?

Os últimos dias têm sido fartos em notícias envolvendo crimes, principalmente assaltos e assassinatos praticados por adolescentes e jovens. Tais notícias movimentaram autoridades do Judiciário, do Ministério Público, das Polícias Civil e Militar devido à alta incidência da criminalidade.

Várias dessas autoridades acusaram-se mutuamente, cada uma procurando responsabilizar os outros poderes e mesmo a legislação penal brasileira, bem como demais institutos legais que disciplinam as nossas vidas.

É notório que o Brasil está mudando em todos os setores, muito embora as mudanças urgentes não se efetivem na medida da necessidade. Hoje, vemos juízes, desembargadores, conselheiros dos Tribunais de Contas emitindo pontos de vista jamais socializados em anos não tão distantes assim.

O debate público, envolvendo, os gestores e legítimos representantes populares é sintomático de que alguma coisa vai mudar em profundidade. Antes, a população reclamava e pouco ou quase nada se via de medidas eficazes.

Culpa-se uma série de fatores pelo aumento substancial da criminalidade. Intelectuais e estudiosos do tema há muito se debruçam sobre o assunto, procurando suas origens e razões. Não vem ao caso esmiuçarmos os motivos humanos para a violência.

Em meio a tantas propostas, ressalta a urgente necessidade de mudança nas leis, com punição rigorosa para os crimes, inclusive redução da maioridade penal; mais polícia nas ruas; melhor remuneração dos policiais; construção e humanização de presídios; implementação de políticas públicas para evitar a entrada do adolescente no mundo do crime.

O perfil dos integrantes desse mundo era formado em 2007, de “jovens do sexo masculino, com idade entre 15 e 24 anos, geralmente pobres e moradores das periferias dos grandes centros urbanos”, informava a revista Veja. De lá para cá, esse perfil foi se alterando e hoje vemos menores até de 10 anos de idade. Daí para cima.

Nas últimas quatro décadas, foi desfeito o mito de que mais emprego e maior escolaridade ajudariam a reduzir as taxas de violência. Entre 1960 e 2002, ao mesmo tempo em que cresceu a participação dos adolescentes no crime, aumentaram também o grau de escolaridade e a inserção desses jovens infratores no mercado de trabalho.

Dentre as soluções apontadas, somam-se: criar programas focados nos jovens; oferecer alternativas que reduzam a exposição do jovem ao ambiente de criminalidade; ressuscitar a assistência social do Estado para impedir que famílias desestruturadas produzam jovens delinquentes.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina de 30.01.15



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