Parte da população brasileira foi
às ruas e avenidas neste domingo em protesto contra o governo Dilma Rousseff. A
multidão ocupou praças e avenida dos 26 estados e do Distrito Federal.
Em Teresina, calcula-se que mais de
três mil pessoas participaram da manifestação na avenida Marechal Castelo
Branco, em frente à Assembleia Legislativa, exigindo não apenas mudanças na
política econômica, mas também a renúncia e o impeachment da presidente.
Pelo resto do país, a voz corrente
se posicionava contra o PT, partido de Dilma. Havia até faixas pedindo
intervenção militar. Segundo contas das Polícias Militares dos Estados, pelo
menos dois milhões de pessoas engrossaram o protesto. Para o Instituto
DataFolha, foi a maior manifestação depois do movimento das Diretas –Já, em
1984.
Políticos de oposição incentivaram
as manifestações. Assessores da presidente declaram que ela considera a
situação “mais complicada” do que a de junho de 2013, quando uma onda de
protestos derrubou a popularidade dela. Pronunciamentos de dois ministros
escalados para falar pelo governo, na tevê, foram recebidos com panelaço.
A população se mostra indignada com
os aumentos nos combustíveis, nas tarifas de energia elétrica, nos produtos
alimentícios e com o escândalo da Petrobras. O governo promete um pacote de
medidas para debelar a crise financeira.
A movimentação não é isolada. Não foram
apenas os opositores do governo que participaram das manifestações. Os gestores
devem avaliar o momento com carinho, responsabilidade social e zelo para com o
futuro da nação. É claro que em momentos de crise apelos mais exaltados aparecem
no meio da multidão, como ocorreu em décadas anteriores, quando a população
tomou as ruas e avenidas exigindo mudanças. É natural.
Ao governo cabe tomar as medidas requeridas
para derrotar a crise. Se a crise é passageira, como disse a presidente, a
população sabe que há caminhos a descobrir para vencê-la. A criatividade
nacional saberá encontrar as alternativas. Já vivemos outras crises e as
derrotamos.
Inadmissível são a censura, a
cegueira política, a irresponsabilidade. Como ensina Rui Barbosa, “a Pátria é a
família amplificada (...). A Pátria não é ninguém; são todos, e cada qual tem
no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é
um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu,
o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo
dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade”.
Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 16.03.15
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