O ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, que abandonou o
ninho tucano, declarou em entrevista polêmica à Folha de São Paulo que a elite
brasileira detesta pobre. Daí, segundo ele, a razão do ódio ao PT e, é óbvio,
ao ex-presidente Lula e a todos os petistas.
Segundo o Jornal do Brasil, que reproduziu a entrevista do
ex-ministro, “Bresser disse o que diriam os sociólogos e homens preocupados com
a crise social que vive o Brasil, com mais de 120 milhões de pessoas passando
quase um pouco da linha de pobreza, e o que poderiam fazer se liderados por um líder
tipo Lula”.
O ex-ministro lançou novo livro em que trata da história e
do desenvolvimento do Brasil a partir da independência. Nele, fala dos pactos
firmados ao longo da história.
Para Bresser, o pacto nacional-popular “articulado pelos
governos do PT desmoronou pela falta de crescimento. Surgiu um fenômeno novo: o
ódio político, o espírito golpista dos ricos. Para retomar o desenvolvimento, o
país precisa de um novo pacto, reunindo empresários, trabalhadores, setores da
baixa classe média. Uma união contra os rentistas, setor financeiro e
estrangeiros”, ta lá no JB.
Bresser foi ministro nos governo José Sarney e Fernando
Henrique Cardoso e é tido como conservador. Na opinião dele, “Desde 1930 houve
cinco pactos políticos. O nacional-popular de Getúlio, de 1930 a 1960. De 1964 ou 1967
até 1997, há um pacto autoritário, modernizante e concentrador de renda, de
Roberto Campos e dos militares. Depois, há o pacto democrático-popular de 77,
que vai promover a transição. Esse chega ao governo, tenta resolver o problema
da inflação e fracassa. Com Collor e, especialmente FHC, há um pacto
liberal-dependente, que fracassa novamente. Aí vem o Lula, que se propõe a
formar novamente um pacto nacional-popular, com empresários industriais,
trabalhadores, setores da burocracia pública e da classe média baixa. O governo
terminou de forma quase triunfal, com crescimento de 7,4%, e prestígio
internacional muito grande. Mas esse pacto desmoronou nos dois últimos anos do
governo Dilma”.
E fracassou, no entendimento do ex-ministro, porque o
desenvolvimento não veio. O país voltou a crescer apenas 1%.
Bresser diz que o Brasil precisa de um pacto desenvolvimentista,
com trabalhadores, empresários do setor produtivo, burocracia pública e classe
média baixa. Para lutar contra os capitalistas rentistas, os financistas, os 80%
dos economistas pagos pelo setor financeiro e os estrangeiros.
É isso mesmo? O que você acha?
Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 04.03.15
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