No ano passado, liderados pelo governador Zé Filho (PMDB),
empresários e políticos reuniram-se com o vice-presidente da República, Michel
Temer (PMDB), com o objetivo de buscar solução para a crise da Eletrobrás
Distribuição Piauí.
De lá para cá, os investimentos necessários para salvá-la não
foram efetuados. O serviço de distribuição de energia em algumas regiões do
estado, como Parnaíba e Nazária, foi ampliado, sem ações eficazes, no entanto,
para equacionamento dos problemas.
Agora, a exemplo de anos anteriores, ressurge a informação
sobre sua privatização. Consta que o Ministério de Minas e Energia estuda a
possibilidade de transferir o controle acionário do sistema Eletrobrás, que
atua nos estados do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre e Alagoas, além do Piauí,
para a iniciativa privada.
Com uma arrecadação anual em torno de 500 milhões de
dólares, a Eletrobrás Piauí atende a uma carteira de um milhão de clientes. Com
alto índice de inadimplência e de desvios de energia, a empresa, segundo se proclama,
não encontra alternativas para sair do buraco.
Ainda no ano passado, Zé Filho disse que o planejamento da
pauta de investimentos no sistema não foi cumprido, motivo da crise.
A economia piauiense vem experimentando novo fôlego com a
expansão da produção de grãos na região dos cerrados e a instalação de nova
empresas em Teresina e em outros municípios, o que acarreta aumento no consumo
de energia, mas esta realidade não é acompanhada pela Eletrobrás.
Criada na década de 50 do século passado, a antiga Cepisa,
hoje Eletrobrás Distribuição Piauí, exauriu-se e sua ação na estrutura
econômica piauiense esvaziou-se. Setores empresariais têm afirmado que perdemos
indústrias para estados vizinhos porque não dispomos de armazenamento
suficiente de carga elétrica nem produzimos a energia de que precisamos.
De quanto a empresa precisaria para se recuperar? R$ 200
milhões? R$ 500 milhões? R$ 1 bilhão?
Em 2008, a
administração central da Eletrobrás estabeleceu ações prioritárias para seu
soerguimento ou sua reengenharia por intermédio do aperfeiçoamento da
governança corporativa, reorientação dos negócios de distribuição, reformulação
institucional da holding e reorganização do modelo de gestão empresarial.
Hoje, difunde-se a produção de energia sob variadas
matrizes, como a eólica e a solar, jogando por terra os velhos modelos. Fala-se
em energia limpa, mas pouco se produz ou se investe, pelo menos no Piauí.
O ressurgimento da proposta de privatização confirma o que a
história no ensina: É muita conversa e pouca ação.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial de 23.03.15
Nenhum comentário:
Postar um comentário