A OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) lança oficialmente durante o Colégio de Presidentes, que será realizado
em Florianópolis (SC) no período de 5
a 7 deste mês, uma campanha de combate à corrupção, um
dos maiores males do Brasil e do mundo cujas conseqüências são catastróficas.
O presidente da entidade, Marcus
Vinícius Furtado Coelho, considera a corrupção uma chaga que consome recursos
públicos. “Esta verba poderia ser revestida na garantia dos direitos
fundamentais. A endêmica apropriação privada dos recursos públicos municipais,
estaduais e federais é um obstáculo ao desenvolvimento do Brasil”, disse o
advogado.
Diante do contexto e da realidade
fatal das conseqüências dessa prática histórica no País, a Ordem luta por uma
reforma política profunda que impeça os mecanismos de corrupção.
“O financiamento empresarial de
campanhas eleitorais é o principal incentivo às práticas de corrupção. Apenas
por meio de uma reforma política democrática e republicana, que revise o atual
sistema eleitoral, é que conseguiremos pôr fim a essa chaga, que cria
sobreposição venenosa entre política e interesses empresariais”, declarou o
presidente da OAB.
Entre as propostas integrantes do
Plano de Combate à Corrupção, que visa à governança nos três poderes, a OAB
lista a urgente regulamentação da Lei 12.846/13, a Lei Anticorrupção, que pune
empresas corruptoras, e a criminalização do Caixa 2 de campanha. A rigorosa
aplicação da Lei da Ficha Limpa para todos os cargos públicos também é uma
exigência da Ordem.
Outra proposta, desta vez
consignada no projeto de iniciativa popular da Coalizão pela Reforma Política
Democrática e Eleições Limpas, liderado pela OAB, CNBB e mais de 100 entidades
da sociedade civil, contém, dentre outros, os seguintes pontos: proibição do
financiamento de campanha por empresas e adoção do Financiamento Democrático de
Campanha; eleições proporcionais em dois turnos; paridade de gêneros na lista
pré-ordenada; fortalecimento dos mecanismos da democracia direta com a participação
da sociedade em decisões nacionais importantes.
Entendemos serem essas propostas
razoavelmente aplicáveis, mas deve-se alertar que não é apenas mudança nas leis
que corrigirá os rumos da política brasileira. É preciso que a sociedade
participe efetivamente do processo de assepsia política necessária para a
retomada da trajetória do País.
Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 03.03.15
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