O deputado federal Fábio Abreu, capitão reformado da Polícia
Militar, tomou posse nesta terça-feira do cargo de secretário da Segurança
Pública, garantindo combate incansável aos homicídios e roubos.
Todos sabemos da capacidade de trabalho, do empenho, da
dedicação, do preparo moral, enfim, das qualidades que formam o caráter do capitão.
Nele depositamos confiança no exercício da função. Confiamos no trabalho da PM
e da Polícia Civil, duas das melhores do País.
Além de atingir os mais desassistidos, postos na base da
pirâmide social – o que é comum nestas bandas –, a insegurança pública se
espalhou como uma epidemia por todo o contexto social com o aumento no tráfico
e no consumo de drogas.
Em que pese o composto biológico e cerebral, cientistas
sociais afirmam que o ambiente é fator decisivo na determinação do
comportamento agressivo da pessoa. Um ambiente agressivo e injusto, onde os
maus tratos são comuns, molda o cérebro e pode formar uma pessoa psicológica,
emocional e mentalmente violenta.
A ausência de assistência social, a pouca oportunidades de
mobilidade socioeconômica - que inclui atenção básica nas ações de saúde e
educação – a inexistência de equipamentos de uso social como quadras
esportivas, bibliotecas, cinemas, teatros para a ocupação da criança e do
adolescente etc, etc podem ser listados como indutores da violência, segundo
pesquisadores.
A ação policial reprime a violência e chega a reduzir seus
efeitos por causa do medo que impõe aos criminosos. Contudo, por si só, não
impede que novos transgressores se formem no ambiente social quando este
ambiente social é palmilhado de desregramentos, desvios de conduta, de
injustiças, maus-tratos.
É preciso advertir, então, que não é apenas troca de nomes
que vai alterar substancialmente o quadro atual. Já passamos por isso.
A vinda da Força Nacional que, junto com as polícias locais,
vai enfrentar a bandidagem, é um reforço. E quando ela tiver que deixar o
estado? Ora, muitos dos nossos bandidos, quando a Força Nacional aqui
permanecer, migrarão para outros estados.
A epidemia da criminalidade atingiu o País.
São Paulo e Rio de Janeiro são exemplos cabais de que só a
ação policial não resolve o problema. Se só isto resolvesse, esses dois estados
seriam o paraíso. Ao contrário, permanecem dois infernos na Terra do Pau Brasil.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 10.03.15
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