No Brasil inteiro, fala-se sobre a manifestação prevista
para o próximo dia 15, uns defendendo o impeachment da presidente Dilma
Rousseff (PT), outros nem tanto.
O certo é que, nas ruas, como ocorreu em 2013, boa parte
da população vai gritar contra a crise econômica, a corrupção, os desmandos
administrativos, a insegurança pública, a educação atrasada, o caos na saúde.
Partidos políticos estarão presentes, não nos enganemos.
É uma oportunidade para aparecer e dizer a que vieram.
Agora mesmo, caminhoneiros interditaram estradas
federais em estados do Sul, Sudeste e Sudoeste, criticando o aumento no preço
dos combustíveis, dos pedágios e dos valores dos tributos sobre o transporte. O
movimento causou muitos transtornos, dentre os quais até demissão de empregados
de determinadas empresas que já não conseguem vender seus produtos.
Dezenas ou centenas de porcos morreram por falta de
trabalhadores para o abate. Pecuaristas se desfizeram do leite produzido por
ter-se tornado impossível sua comercialização. O Piauí corre o risco de ficar
desabastecido de alguns produtos.
O governo convocou reunião para discutir o assunto, mas
não abre mão de determinadas posições.
As manifestações de junho de 2013 convocaram o país a
uma nova política, mas tiveram início no reajuste aplicado nas tarifas de
ônibus em várias capitais. Os jovens foram às ruas.
Este momento é resultante da democracia que vivenciamos.
É um momento importante para a vida nacional.
Mas não nos descuremos de que a responsabilidade pela
condução do País é de todos: estudantes, trabalhadores, pais e mães de
famílias, empresários, políticos, autoridades judiciárias. A Nação clama por
melhores dias. O resultado das urnas de outubro é outro sinal do pensamento
nacional. A ameaça imposta pelo candidato Aécio Neves à presidente Dilma aclara
esta realidade.
A manifestação prometida para 15 de março chega para
dizer a todos que precisamos mudar. E mudar com urgência enquanto é tempo.
Mudar para construir um País onde seu povo se orgulhe de aqui ter nascido.
As manifestações poderiam ser, também, uma demonstração
de civismo, de amor à Pátria, à democracia. Aliás, a Pátria só será completa
quando representar o que disse Ruy Barbosa:
“A Pátria é a família amplificada. E a família,
divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a
fidelidade, a benquerença,o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades,
uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas.
Multiplicai a cédula, e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a
Pátria. Sempre o mesmo plasma, a mesma substância nervosa, a mesma circulação
sanguínea”.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 25.02.15
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