O governador Wellington Dias anunciou a chegada da Força
Nacional ao Piauí na primeira semana de março para reforçar a segurança pública
e atender aos reclamos da sociedade piauiense, que não mais aguenta a sensação
de insegurança. O governador procura cumprir, assim, a garantir dada no dia da
posse, quando decretou estado de emergência administrativa em vários órgãos.
Na sexta-feira (6), o soldado PM Nunes foi assassinado por
adolescente durante tentativa de assalto ao filho do governador na zona Leste
de Teresina. O governador sentiu mais de perto o que a população sente há tempos.
E não só aqui, na capital. No interior do estado e no litoral, a insegurança
toma conta de muitos.
Pois bem. Recebamos a Força Nacional como mais uma tentativa
de reduzir, coibir, inibir a ação marginal. Ela é composta de policiais
federais e militares dos estados e acode os estados em situação de distúrbio
público, com a aquiescência do governador. No nosso caso, o governador pediu a
internação dela.
O aparato de segurança pública piauiense é ínfimo para o
tamanho do problema. Há policiais de menos e bandidos de mais. Embora a polícia
saiba quem são os bandidos, como aqui e acolá declaram alguns policiais, eles
são presos e postos em liberdade pouco tempo depois. Dentre os especialistas,
há aqueles que defendem a redução da maioridade penal e outros listam uma série
de soluções menos radicais.
O certo é que o crescimento da criminalidade e da violência
social está intimamente ligado ao tráfico e consumo de drogas. A atuação da
Força Nacional e das polícias civil e militar do Piauí contribuirão, sem
dúvida, para oferecer mais credibilidade, ou seja, mais sensação de segurança,
mas, por si só, não resolverá a questão.É uma questão tópica, cosmética, mas
necessária e urgente.
Se a origem do problema está no tráfico e consumo de droga,
imprescindível se faz focar no nascedouro de tal problema. E aí envolve ações a
médio e longo, com a implementação de políticas públicas que mirem as condições
morais, socioeconômicas, educacionais etc, etc, etc. Não é fácil. Não é apenas
um problema. São Muitos.
Ao mesmo tempo em que se tenta conter o avanço da
criminalidade, com punições para os criminosos, deve-se adotar políticas
públicas transversais, com a participação das instituições oficiais e da
sociedade civil, incluindo a família, esta, principalmente, esta, a família,
encoberta na crise moral que abala a todos.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina de 10.02.15
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