Não são poucas as razões apontadas por especialistas para o
ingresso de adolescentes no mundo da criminalidade. Arrimado em texto da
jornalista Fernanda Pereira, listamos “falta de estrutura familiar, falta de um
projeto de vida, valorização do ter ao invés do ser, falta de políticas
públicas que combatam a desigualdade social, impunidade da estrutura penal
brasileira, aumento do consumo de drogas” como algumas das razões para tanto.
Mas o que terá contribuído para aumentar a violência na
sociedade brasileira? Estudiosos acusam também a fragilidade das ações do poder
público, seja no combate à marginalidade ou na inexistência de políticas
públicas capazes de evitar o surgimento de novos criminosos.
Além disso, a reinserção do marginal na sociedade é uma
falácia em todo o País, com exceções registradas aqui e ali. Em reportagem
inserida na televisão pelo repórter Roberto Cabrini, vimos que de dez mulheres
presas em um presídio cujo nome não nos vem agora à memória sete se salvam, ou
seja, voltam ao mercado de trabalho, ao convívio sadio com a sociedade e com a
família.
Aqui, a TV mostrou matéria hoje em que duas crianças de 13
anos foram apreendidas – este é o nome que se dá nesses casos – por participarem
de assaltos a mão armada. Imagine: meninos de 13 anos de idade participam de
assaltos a mão armada. Isso só acontecia no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Diariamente, mais crianças abandonam a inocência infantil e
se inserem no universo nebuloso e perverso do crime. Carrinhos, bolas e bonecas
ficam de lado. Em suas mãos, revólveres, canivetes e facas. Ilustrando, ou
deslutrando, como queiram, mas com certeza, mantendo elo estreito com o crime,
a droga, a perversa inimiga da sociedade, da cidadania, da benquerença, da
justiça, do amor, da solidariedade, presente no seio familiar.
E quem está por trás de tudo isso? O traficante exerce poder
excepcional, está em todo lugar, no meio de todos nós. Com eles convivemos até
sem o saber. Eles se utilizam das crianças, introduzindo-as no vício e,
posteriormente, no tráfico para o seu próprio benefício.
A guerra do poder público não deve ser apenas contra os
usuários. É uma guerra permanente contra o tráfico e o consumo. Os usuários,
doentes do vício e da maldade, em determinados casos, devem ser tratados como
doentes. Os traficantes, responsáveis pelo avanço do consumo, são grandes inimigos
da sociedade e do poder público.
Diante disso, carece endurecer o mais duro possível a guerra
contra o tráfico.
Quem se habilita, com a coragem que o momento requer?
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2 Edição de 11.02.15
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