A jovem Suzane Richthofen disse, em entrevista concedida ao
apresentador Gugu Liberato, da TV Record, cuja primeira parte foi levada ao ar
na noite desta quarta-feira (25), que se não tivesse usado drogas dificilmente
participaria do assassinato dos pais, Manfred e Marísia Richthofen, na noite do
dia 31 de outubro de 2002, em
São Paulo.
A moça, hoje com 31 anos, condenada a 39 anos de prisão, diz
que arquitetou o crime junto com o namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele,
Cristian, durante meses. A mãe dela não via com bons olhos o namoro com o
instrutor de aeromodelismo, tendo sido, ela, Marísia, quem apresentou a filha
ao rapaz em um clube da capital paulista, em 1999.
A mãe insistia para que Suzane acompanhasse o irmão Andréas,
no clube, durante as sessões de treinamento em aeromodelismo. Foi
o começo da tragédia e da mudança drástica e radical na vida dos Richthofen e
dos Cravinhos. A moça afirma ter levado a pior, por causa da paixão indomável.
Por todos os lados e sentidos, a influência de Daniel, que a incentivou ao
consumo de drogas e a premeditar o assassinato.
Suzane revelou que, dentro de casa, era obrigada a cumprir
horários em todas as atividades, do levantar da cama ao voltar ao sono,
passando pelo café da manhã, almoço, jantar, cumprimento de tarefas escolares,
etc.
À distância de casa, longe do olhar rigoroso, responsável,
mas amoroso dos pais, a moça se sentiu livre porque a ela tudo era permitido:
as baladas, o namoro apaixonado com Daniel Cravinhos, o consumo de drogas, os
desvios dos ensinamentos familiares, a falta de moral, de ética, de
responsabilidade com a vida, o esquecimento de Deus. Toda a falsa liberdade do
mundo lhe era concedida.
A mãe, psiquiatra; o pai, engenheiro, não aquilatavam o
quanto a liberdade concedida à filha lhes seria fatal, trágica. Uma liberdade
que os conduziria à morte.
A falsa liberdade que ronda muitos dos nossos lares, está a
dizimar famílias inteiras Brasil adentro. Famílias que se tornam prisioneiras
da maldade e do crime. Famílias prisioneiras da ilusão. Famílias reféns da
miséria moral. Famílias dependentes de ações para o crescimento espiritual e
aproximação com a divindade.
Famílias, embriões da Pátria, cuja construção se retarda e
que, por isso mesmo, voltam-se contra seus próprios lares e destroem seus mais
relevantes sentimentos, como a benquerença, a solidariedade, o respeito, o
carinho, o amor.
O crime, espalhado pelo colossal Brasil, não atinge só a
periferia, mas também certas famílias centrais que infelizmente não debelaram a
influência perniciosa e miserável da droga.
E todos nós, aonde vamos?
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 26.02.15
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