A maior festa popular do Brasil absorveu recursos enormes em
sua investidura durante os cinco dias em todo o País. Bela festa. O povo, em
sua imensa maioria, participou efetivamente das brincadeiras.
Prefeituras espalhadas pelo País e governos de Estados
investiram pesado na construção de estruturas que facilitassem a realização das
festas. O Ministério Público, em alguns lugares, inclusive no Piauí,
manifestou-se contrário ao investimento público no festejo popular.
Aqui, o Ministério Público vai ajuizar ações contra as
prefeituras cujos municípios estão em estado de emergência. Está correto. Se o
município encontra-se em emergência, é claro que há muitas carências e falta
dinheiro para o custeio da máquina pública e para a solução de muitos problemas
caros à população.
Esses prefeitos, ao invés de oferecer apenas o circo,
deveriam cumprir o papel para o qual foram destinados pelo voto. O que se
tornou normal e comum é o descumprimento da obrigação legal de cuidar a
contento dos interesses populares. Por causa disso, convivemos com crises nos
setores da educação, saúde e segurança pública, principalmente, afora outros
para os quais determinados gestores viram as costas.
Citemos, apenas com exemplo, o apoio à cultura e à educação
em todo o Piauí. É raro o gestor preocupado com a evolução cultural da sua
comunidade. Se eles assumissem a responsabilidade com essa perspectiva criariam
bibliotecas públicas e incentivariam as ações culturais, desde o teatro às
artes plásticas, da literatura ao circo, enfim, todos os quadrantes da vida
cultural.
Tais iniciativas elevariam suas comunidades ao um maior
patamar no concerto dos municípios e dos estados. Nada disso acontece. Que me
desmintam os gestores que agem em prol da cultura.
Investiram - e não podemos deixar de aplaudir, no carnaval.
Por que só investem no carnaval?
Não incentivam a agricultura familiar, não investem na
construção e melhoria das estradas vicinais, não investem na construção e
melhoria de hospitais, não investem na educação, não investem na cultura.
Ao se aproximar o período eleitoral, botam as máscaras de
santo e guardam no armário a armadura de coveiros que usam durante todo o mandato.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 19.02.15
Nenhum comentário:
Postar um comentário