Estamos insistindo no debate sobre o crescimento exorbitante
da criminalidade e da violência em Teresina e no interior do estado.
No dia 19 de julho do ano passado, o programa Ponto e
Contraponto debateu, em comemoração aos 24 anos do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), a criminalidade juvenil e as propostas de soluções.
Estiveram aqui o advogado Nazareno The, o conselheiro
tutelar Djan Moreira e o coordenador do Centro de Educação Masculino (CEM),
capitão Otoniel Bisneto, especialistas e conhecedores do tema, vez que, em
decorrência de suas atividades, aprofundam os conhecimentos e a experiência.
O que nos interessa, neste momento, a exemplo do que ocorreu
em outras ocasiões, é tratar da importância da família na construção da
sociedade e do Estado no controle das pessoas e instituições.
Todos sabemos que a formação do cidadão começa na família,
se prolonga na escola e se completa no contexto social. A família, onde a
pessoa nasce e convive em princípio, deve educar o cidadão para vida. A vida no
seu próprio seio, na intimidade do lar, e externamente, na construção das
comunidades, nas quais convivemos em comunhão, partilhando nossos sentimentos,
interesses, deveres, direitos, ideias, sonhos, esperanças, comungando com os
outros a maior parte daquilo que guardamos no íntimo da nossa alma, do nosso
espírito, da nossa razão.
Ao partilharmos tudo isso, somos vigiados e seguimos as ordens
emanadas do Estado – este ser opressor e repressor que não consegue atender às
necessidades dos seus comandados. Administra, ou tenta administrar, o que é de
todos, ao distribuir justiça, ordenar deveres, observar direitos etc, etc, etc.
Se falarmos que essas duas instituições – a família e o
Estado - , em sentido amplo, falharam, não estaríamos de todo, cem por cento,
corretos, porque se o estivéssemos conviveríamos no caos geral, para o
indivíduo e para todos. E não é bem assim, mas é verdade que as falhas dessas
duas bases sociais nos remetem para o caos se não agirmos o mais rapidamente
possível.
A família é a mola mestra na formação da pessoa. Por isso é
responsabilidade de cada pai e cada mãe não apenas dar a comida ao menino e à
menina, mas amar, amparar-lhe na medida da sua necessidade, na necessidade do
seu carinho, na sua carência humana.
O Estado administra a vida de cada um de nós. Tira e põe
direitos e obrigações.
Estado e família carecem de mudanças urgentes para melhorar
a vida de cada cidadão, da cidade, do estado, do país.
Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina de 17.02.15
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