O aumento do salário mínimo de 2014 para 2015 foi de R$
64,00. Houve aumento real, pois ele era de R$ 724,00 e alcançou os R$ 788,00. O
valor diário dele era de R$ 24,13, hoje é de R$ 26,27, ou seja, cada hora
valia, em 2014, R$ 3,29; hoje, vale R$ 3,58. Já há algum tempo ele vem ganhando
aumento real.
Neste princípio de 2015 houve aumento nos preços de vários
produtos, como combustíveis e tarifa de energia elétrica, dois importantes itens
porque esses aumentos desencadeiam uma série de outros reajustes.
Agora mesmo estamos às voltas com o reajuste na tarifa de
ônibus de Teresina, que passou de R$ 2,10 para R$ 2,50. Os taxistas também
reivindicam aumento de 30% na bandeirada, que é de R$ 3,30 desde 2012.
Em pouco tempo, vamos nos deparar com pedidos de aumento
salarial dos operadores do sistema de transporte coletivo. Aí o usuário de
ônibus deverá enfrentar os mesmos problemas pelos quais passou em anos
anteriores. Foi necessária a intervenção da Justiça do Trabalho para sanar o
caso.
O momento político-econômico brasileiro exige a manifestação
do trabalhador para fazer valer os seus direitos. Os trabalhadores têm se
movimentar, chamar à conversa a classe empresarial, o poder público e outros
segmentos cujos interesses estão em jogo.
Mas quanto vale o trabalhador brasileiro, de modo geral? Se
considerarmos o salário mínimo, hoje de R$ 788,00, o trabalhador brasileiro
vale R$ 26,27 por dia, ou seja, ele ganha pela venda ou aluguel, como queiram,
da sua força de trabalho, exatamente R$ 26,27 por dia.
A outra pergunta que sobressai é a seguinte: o que você
compra ou aluga com R$ 26,27 por dia. Você pode contrapor: mas nem todo mundo
ganha salário mínimo, há outras vantagens como auxílio-alimentação e
vale-transporte, por exemplo. Além disso, há categorias que percebem muito mais
do que o salário mínimo. Refutamos: tomamos o salário mínimo como base para
afirmar o que não é novidade nenhuma, mas é preciso refletir: o trabalhador
brasileiro sobrevive à míngua, não é valorizado,mas é obrigado a reembolsar ao
governo os trilhões ou quatrilhões, ou mais, de reais desviados dos cofres
públicos.
Haja paciência.
Domingos Bezerra
Filho
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 04.02.15
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