Dizem os mais inteligentes, ou melhor, Jesus Cristo ensinou
que não se deve deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Há tempos o poder
público abandou a população ao deus-dará no quesito segurança pública. Dirão,
contradizendo: nós prendemos e a justiça solta. É verdade.
Acontece que, em decorrência da falta de ações efetivas no
setor e, de resto, nas áreas econômica e social, com a ausência de políticas de
amparo à família e à sociedade, de modo geral, a criminalidade se aprofundou e
se tornou epidêmica, aproximando da pandemia, ou seja, podendo atingir grandes
proporções nos vários continentes.
O assassinato, ontem, do jovem André Felipe da Silva
Barroso, de 18 anos, no Parque Brasil 3, zona Norte, é uma tragédia anunciada pela
Teresina FM em seus programas jornalísticos. Ele foi espancado até a morte,
após ser arrebatado de dentro de uma igreja, acusado de tentativa de assalto.
Em novembro do ano passado, Felipe Mendes Siqueira, de 22 anos, foi igualmente
espancado por taxistas acusado de assalto a um motorista de táxi. Outra jovem,
não lembro bem se em São
Paulo ou Brasília, foi confundida com outra mulher que teria
abusado de crianças. Foi feita “injustiça” com as próprias mãos e a moça
morreu. Era uma mãe de família.
O que significa isso? A população, desacreditada no esforço
do aparato da segurança oficial, retoma a barbárie, sujeitando-se a cometer
injustiças. A propósito, o aparelho judicial não atende a contento aos anseios
da sociedade.
Há alguns dias aflorou polêmica envolvendo Ministério
Público, Poder Judiciário e setores da Segurança Pública estadual, com farpas
distribuídas para todos os lados. No meio das farpas, a população.
Já esta semana, o governador Wellington Dias (PT) anunciou a
vinda da Força Nacional para oferecer suporte e difundir credibilidade ao
trabalho dos nossos excelentes profissionais da Polícia.
É preciso, sim, agir com urgência, aumentando o contingente
policial nas ruas, mas, repetimos o que temos dito dezenas de vezes, o problema
do aumento da criminalidade é oriundo de uma série de fatores que envolvem,
inclusive, a caça aos traficantes, os mais perigosos operadores da desordem.
É preciso que a sociedade civil tome para si a resolução
desse problema porque o poder público mostra-se falido.
Domingos Bezerra
Filho
.
Editorial do Jornal
da Teresina 2ª Edição de 12.02.15
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