quinta-feira, 11 de junho de 2015

Editorial: Piauí de fora mais uma vez 1

Ainda repercute e é salutar que assim o seja, sempre, a falta de inclusão do Piauí no PIL (Programa de Investimento em Logística) desengavetado pelo governo federal que objetiva privatizar aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. Os investimentos totalizarão R$ 198,4 bilhões, dos quais R$ 69,2 bilhões serão aplicados no período de 2015 a 2018, ou seja, ainda no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

Estados que receberão alguma coisa reclamaram do que acharam pouco, como o Paraná, onde serão investidos R$ 11 bilhões em infraestrutura. “Uma fatia pequena”, bradou um jornal paranaense.

Para o Piauí, nada, absolutamente nada.

Os bancos privados e o mercado de capitais poderão aumentar sua participação no financiamento às empresas que irão se submeter aos leilões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá exercer papel importante no processo.

Há muito tempo se fala na duplicação das BRs 316 - em demanda do sul do estado, de Teresina para Demerval Lobão – e 343 – na direção do norte, de Teresina para Altos. Há muito tempo se fala na reforma do aeroporto Petrônio Portella, ali no bairro Aeroporto, aqui na capital. Há muito tempo se fala na conclusão do porto de Luiz Correia, no litoral. Há muito tempo se fala na construção do porto seco de Teresina, na zona Sudeste da cidade.

Todos esses empreendimentos exigem muito dinheiro, pelo menos para os combalidos cofres do Piauí. Os cofres do Planalto Central Brasileiro são fortificados com o mais precioso metal. É dinheiro que não acaba mais. Nem assim o filho enjeitado da Pátria sensibiliza os engravatados dos cerrados palacianos do Distrito Federal.

Vão dizer, se já não estão dizendo, que o Piauí está sendo aquinhoado com isso e aquilo. Ora, ações emergenciais são adotadas conforme a necessidade. Vão dizer, se já não estão dizendo, que temos o benefício da construção do maior conjunto residencial da América Latina, ou do País, o Jacinta Andrade.

Ora, senhoras e senhores, autoridades e barnabés, cidadãos e vassalos, o Piauí carece de medidas que o retirem da pasmaceira em que secularmente se encontra. Somos acostumados com paliativos, com remendos, com recauchutagens dos pneus carecas da nossa frágil economia.

Não queremos impedir os investimentos nos 16 estados beneficiados, não.

Somos uma família, com suas diferenças e semelhanças naturais, formamos uma federação, constituímos uma nação e nos identificamos como Pátria.

Domingos Bezerra Filho


Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 11.06.15

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