sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Cultura achada no lixo

O Piauí dá exemplo, e não só o nosso estado, mas outros também, de superação, de força de vontade, de luta, na tentativa de vencer as tempestades da vida.

E mesmo sem haver tempestades, o pobre piauiense – o pobre brasileiro de modo geral – vence, sim, as dificuldades que lhe impõem os donos do poder. Por que donos do poder? Porque a justiça, não só a justiça do Poder Judiciário, é manipulada pelos poderosos de plantão. Todos vocês sabem quem são os poderosos de plantão.

Qual o porquê desta introdução meio revoltada? É sobre livros, mais uma vez, que falamos. É sobre cultura e educação, mais uma vez, que escrevemos.

Mãe piauiense informou à mídia – de novo a mídia, que está em todo lugar, especialmente na sua vida – que pegava livros no lixo para seu filho estudar. Ele passou no vestibular. Esse funil afuniladíssimo por onde os pobres passam com extremas dificuldades.

Livros no lixo? Sim, livros no lixo. Será se você já despejou livros no lixo? Eu já os depositei em alguma época da minha vida por causa da necessidade. Não fui obrigado a despejar livros no lixo, fui obrigado a tomar atitudes bruscas, imediatas sob pena de outros prejuízos.

Jogar livros no lixo não é crime, mas é uma atitude reprovável, eternamente reprovável. Livro é alimento. Alimento para a alma, para o espírito, para a mente. Livro é alimento vital para a transformação da vida, para a transformação do estado, para a revolução social e econômica do país.

Quem despeja livro no lixo está contribuindo para a corrupção, para o aprofundamento da pobreza e da miséria, da injustiça, da escravidão humana.

Quantas pessoas não estão necessitando de livros nesta hora? Necessitar de livros é semelhante a precisar de um pedaço de pão. E os corruptos que surrupiam o dinheiro do povo estão a roubar um naco de pão da criança pobre que mora em casebres na periferia das cidades, nos guetos, nas vilas, nas favelas, sem direito a sonhar, sem direito a constituir uma família, sem direito a construir sua vida.

Entretanto, com seu egoísmo e seu descompromisso social, quem deposita livro no lixo contribui, sem o saber, para a ampliação do conhecimento do pobre, porque este vai lá, ao depósito de livro e toma dele as ricas palavras que oferecerão condições de mover-se social e economicamente. Sem o saber, o egoísta, ajuda a fabricar mais um doutor.

E quantos estão por aí a necessitar de livros?

Quem quiser jogar livros no lixo, lembre-se de que alguém, em algum lugar do mundo, está a mirar o futuro e saberá que ele, o egoísta, é um péssimo exemplo de gestor, um péssimo exemplo de irmão, um péssimo exemplo de pai, um péssimo exemplo de cidadão.

Como dizia Castro Alves: “bendito o que semeia livros e manda o povo pensar”.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 27.02.15



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O crime não atinge só a periferia das cidades, mas os centros também

A jovem Suzane Richthofen disse, em entrevista concedida ao apresentador Gugu Liberato, da TV Record, cuja primeira parte foi levada ao ar na noite desta quarta-feira (25), que se não tivesse usado drogas dificilmente participaria do assassinato dos pais, Manfred e Marísia Richthofen, na noite do dia 31 de outubro de 2002, em São Paulo.

A moça, hoje com 31 anos, condenada a 39 anos de prisão, diz que arquitetou o crime junto com o namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian, durante meses. A mãe dela não via com bons olhos o namoro com o instrutor de aeromodelismo, tendo sido, ela, Marísia, quem apresentou a filha ao rapaz em um clube da capital paulista, em 1999.

A mãe insistia para que Suzane acompanhasse o irmão Andréas, no clube, durante as sessões de treinamento em aeromodelismo. Foi o começo da tragédia e da mudança drástica e radical na vida dos Richthofen e dos Cravinhos. A moça afirma ter levado a pior, por causa da paixão indomável. Por todos os lados e sentidos, a influência de Daniel, que a incentivou ao consumo de drogas e a premeditar o assassinato.

Suzane revelou que, dentro de casa, era obrigada a cumprir horários em todas as atividades, do levantar da cama ao voltar ao sono, passando pelo café da manhã, almoço, jantar, cumprimento de tarefas escolares, etc.

À distância de casa, longe do olhar rigoroso, responsável, mas amoroso dos pais, a moça se sentiu livre porque a ela tudo era permitido: as baladas, o namoro apaixonado com Daniel Cravinhos, o consumo de drogas, os desvios dos ensinamentos familiares, a falta de moral, de ética, de responsabilidade com a vida, o esquecimento de Deus. Toda a falsa liberdade do mundo lhe era concedida.

A mãe, psiquiatra; o pai, engenheiro, não aquilatavam o quanto a liberdade concedida à filha lhes seria fatal, trágica. Uma liberdade que os conduziria à morte.

A falsa liberdade que ronda muitos dos nossos lares, está a dizimar famílias inteiras Brasil adentro. Famílias que se tornam prisioneiras da maldade e do crime. Famílias prisioneiras da ilusão. Famílias reféns da miséria moral. Famílias dependentes de ações para o crescimento espiritual e aproximação com a divindade.

Famílias, embriões da Pátria, cuja construção se retarda e que, por isso mesmo, voltam-se contra seus próprios lares e destroem seus mais relevantes sentimentos, como a benquerença, a solidariedade, o respeito, o carinho, o amor.

O crime, espalhado pelo colossal Brasil, não atinge só a periferia, mas também certas famílias centrais que infelizmente não debelaram a influência perniciosa e miserável da droga.

E todos nós, aonde vamos?

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 26.02.15


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

É preciso incentivar o civismo, a democracia e o engajamento político

No Brasil inteiro, fala-se sobre a manifestação prevista para o próximo dia 15, uns defendendo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), outros nem tanto.

O certo é que, nas ruas, como ocorreu em 2013, boa parte da população vai gritar contra a crise econômica, a corrupção, os desmandos administrativos, a insegurança pública, a educação atrasada, o caos na saúde.

Partidos políticos estarão presentes, não nos enganemos. É uma oportunidade para aparecer e dizer a que vieram.

Agora mesmo, caminhoneiros interditaram estradas federais em estados do Sul, Sudeste e Sudoeste, criticando o aumento no preço dos combustíveis, dos pedágios e dos valores dos tributos sobre o transporte. O movimento causou muitos transtornos, dentre os quais até demissão de empregados de determinadas empresas que já não conseguem vender seus produtos.

Dezenas ou centenas de porcos morreram por falta de trabalhadores para o abate. Pecuaristas se desfizeram do leite produzido por ter-se tornado impossível sua comercialização. O Piauí corre o risco de ficar desabastecido de alguns produtos.

O governo convocou reunião para discutir o assunto, mas não abre mão de determinadas posições.

As manifestações de junho de 2013 convocaram o país a uma nova política, mas tiveram início no reajuste aplicado nas tarifas de ônibus em várias capitais. Os jovens foram às ruas.

Este momento é resultante da democracia que vivenciamos. É um momento importante para a vida nacional.

Mas não nos descuremos de que a responsabilidade pela condução do País é de todos: estudantes, trabalhadores, pais e mães de famílias, empresários, políticos, autoridades judiciárias. A Nação clama por melhores dias. O resultado das urnas de outubro é outro sinal do pensamento nacional. A ameaça imposta pelo candidato Aécio Neves à presidente Dilma aclara esta realidade.

A manifestação prometida para 15 de março chega para dizer a todos que precisamos mudar. E mudar com urgência enquanto é tempo. Mudar para construir um País onde seu povo se orgulhe de aqui ter nascido.

As manifestações poderiam ser, também, uma demonstração de civismo, de amor à Pátria, à democracia. Aliás, a Pátria só será completa quando representar o que disse Ruy Barbosa:

“A Pátria é a família amplificada. E a família, divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença,o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas. Multiplicai a cédula, e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a Pátria. Sempre o mesmo plasma, a mesma substância nervosa, a mesma circulação sanguínea”.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 25.02.15


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O prejuízo da corrupção na Petrobras é também social

Estudo realizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) concluiu que os prejuízos econômicos e sociais causados pela corrupção ao País pode chegar ao valor de R$ 69 bilhões por ano. Isso há três anos.

Hoje, segundo divulgou a mídia, o rombo na Petrobras com propinas e superfaturamento pode chegar a R$ 86,6 bilhões, 77,1% do valor de mercado da companhia, que despencou de R$ 128,7 bilhões para R$ 114,8 bilhões no final de janeiro.

Além disso, várias empresas que prestam serviços para a Petrobras começaram a demitir empregados, trazendo um prejuízo social enorme e perigoso para as famílias dos trabalhadores.

O site da BBC Brasil divulgou que “além das perdas causadas pelo atraso e pelos desinvestimentos da petroleira, milhares estão desempregados, com alguns vivendo de favores alheios ou mesmo passando fome”.

É emblemático o caso de Itaboraí (RJ). Compreenda: “Vista como novo eldorado do petróleo há sete anos, Itaboraí atraiu investimentos e viveu um boom imobiliário. Pacata, com muitos sítios, fazendas e uma economia tímida baseada na indústria da cerâmica e no cultivo de laranja, a cidade teve aumento de 21,5% da população entre 2000 e 2013, passando de 185 mil para 225 habitantes, segundo o IBGE”, informa a BBC Brasil. Com o advento da crise na Petrobras, “todos os pagamento de aditivos e de renovações de contratos com as empresas citadas na operação Lava Jato eram interrompidos, o que resultou numa aceleração do ritmo de demissões na Comerj”.

Até junho do ano passado eram 18 mil operários na obra. Hoje restariam apenas 6 mil, de acordo com o sindicato da categoria, e 11.400, segundo a Petrobras. Várias empresas que trabalharam no projeto passam por dificuldades. Há delas que acumulam dívida superior a R$ 1 bilhão.

Pelo menos 15 das empresas que participam do projeto em Itaboraí integram a lista das investigadas no escândalo de corrupção.

Algumas das empresas que demitiram empregados não pagaram as verbas rescisórias e mudaram até de nome, como é o caso do grupo Alusa, que mudou o nome da empresa para Alumini.

Por este e milhares de outros motivos, a corrupção é imperdoável.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 20.12.15





quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Se investiram no carnaval por que não investem na cultura?

A maior festa popular do Brasil absorveu recursos enormes em sua investidura durante os cinco dias em todo o País. Bela festa. O povo, em sua imensa maioria, participou efetivamente das brincadeiras.

Prefeituras espalhadas pelo País e governos de Estados investiram pesado na construção de estruturas que facilitassem a realização das festas. O Ministério Público, em alguns lugares, inclusive no Piauí, manifestou-se contrário ao investimento público no festejo popular.

Aqui, o Ministério Público vai ajuizar ações contra as prefeituras cujos municípios estão em estado de emergência. Está correto. Se o município encontra-se em emergência, é claro que há muitas carências e falta dinheiro para o custeio da máquina pública e para a solução de muitos problemas caros à população.

Esses prefeitos, ao invés de oferecer apenas o circo, deveriam cumprir o papel para o qual foram destinados pelo voto. O que se tornou normal e comum é o descumprimento da obrigação legal de cuidar a contento dos interesses populares. Por causa disso, convivemos com crises nos setores da educação, saúde e segurança pública, principalmente, afora outros para os quais determinados gestores viram as costas.

Citemos, apenas com exemplo, o apoio à cultura e à educação em todo o Piauí. É raro o gestor preocupado com a evolução cultural da sua comunidade. Se eles assumissem a responsabilidade com essa perspectiva criariam bibliotecas públicas e incentivariam as ações culturais, desde o teatro às artes plásticas, da literatura ao circo, enfim, todos os quadrantes da vida cultural.

Tais iniciativas elevariam suas comunidades ao um maior patamar no concerto dos municípios e dos estados. Nada disso acontece. Que me desmintam os gestores que agem em prol da cultura.

Investiram - e não podemos deixar de aplaudir, no carnaval. Por que só investem no carnaval?

Não incentivam a agricultura familiar, não investem na construção e melhoria das estradas vicinais, não investem na construção e melhoria de hospitais, não investem na educação, não investem na cultura.

Ao se aproximar o período eleitoral, botam as máscaras de santo e guardam no armário a armadura de coveiros que usam durante todo o mandato.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 19.02.15






Carnaval, Quarta-Feira de Cinzas e sentido da vida

Acabou ontem a festa brasileira mais popular, cujas origens remontam à Mesopotâmia, a Grécia e a Roma e que em alguns estados não são apenas três dias, mas quatro, cinco ou mais e antecede a Quaresma, que começa hoje, Quarta-Feira de Cinzas.

A data é celebrada pelos cristãos ocidentais como símbolo para a “reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte”, cita a enciclopédia virtual wikipedia. Ocorre 40 dias antes da Páscoa, sem incluir os domingos, ou 46 dias, incluindo-se os domingos.

Todos temos conhecimento da fragilidade da vida e a única certeza que temos é que um dia iremos morrer, ou passar desta para outra, como dizem alguns; ou desencarnar, como afirmam os espíritas.

Mas o que vale a vida para você? Está claro que cada um, com o livre arbítrio oferecido por Deus ao criar o Universo e seus moradores, refletem de modo particular, privado, único, sobre o sentido da existência humana, da vida.

Vida e morte. Dois extremos. Duas realidades completamente distintas, mas próximas, apesar dos contrários que esses termos significam.

O poeta Thiago de Mello fala da vida verdadeira, exposta, responsabilizada com a existência comum e a distribuição comum das riquezas, “carregando um grito que cresce cada vez mais na (...) garganta”.

Embora alguns cristãos utilizem a Quarta-Feira de Cinzas para lembrar a mortalidade, a data nos remete para o sentido permanente da vida, da vida que temos, no dia-a-dia, no nosso trabalho, nas nossas casas, nas escolas. A data nos remete para refletirmos sobre o sentido da vida que queremos construir junto com os nossos semelhantes.

A vida que queremos é uma vida verdadeira? No poema Estatuto do Homem, determina o poeta: “Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e de mão dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira”.

No Artigo Sétimo declara que “fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura”.

Desejamos nesta Quarta-Feira de Cinzas, que o homem renasça das cinzas, como fênix, para reconstruir a vida verdadeira que cada cidadão e cidadã almeja e a que tem direito.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 18.02.15



terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Violência, Família e Estado

Estamos insistindo no debate sobre o crescimento exorbitante da criminalidade e da violência em Teresina e no interior do estado.

No dia 19 de julho do ano passado, o programa Ponto e Contraponto debateu, em comemoração aos 24 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a criminalidade juvenil e as propostas de soluções.

Estiveram aqui o advogado Nazareno The, o conselheiro tutelar Djan Moreira e o coordenador do Centro de Educação Masculino (CEM), capitão Otoniel Bisneto, especialistas e conhecedores do tema, vez que, em decorrência de suas atividades, aprofundam os conhecimentos e a experiência.

O que nos interessa, neste momento, a exemplo do que ocorreu em outras ocasiões, é tratar da importância da família na construção da sociedade e do Estado no controle das pessoas e instituições.

Todos sabemos que a formação do cidadão começa na família, se prolonga na escola e se completa no contexto social. A família, onde a pessoa nasce e convive em princípio, deve educar o cidadão para vida. A vida no seu próprio seio, na intimidade do lar, e externamente, na construção das comunidades, nas quais convivemos em comunhão, partilhando nossos sentimentos, interesses, deveres, direitos, ideias, sonhos, esperanças, comungando com os outros a maior parte daquilo que guardamos no íntimo da nossa alma, do nosso espírito, da nossa razão.

Ao partilharmos tudo isso, somos vigiados e seguimos as ordens emanadas do Estado – este ser opressor e repressor que não consegue atender às necessidades dos seus comandados. Administra, ou tenta administrar, o que é de todos, ao distribuir justiça, ordenar deveres, observar direitos etc, etc, etc.

Se falarmos que essas duas instituições – a família e o Estado - , em sentido amplo, falharam, não estaríamos de todo, cem por cento, corretos, porque se o estivéssemos conviveríamos no caos geral, para o indivíduo e para todos. E não é bem assim, mas é verdade que as falhas dessas duas bases sociais nos remetem para o caos se não agirmos o mais rapidamente possível.

A família é a mola mestra na formação da pessoa. Por isso é responsabilidade de cada pai e cada mãe não apenas dar a comida ao menino e à menina, mas amar, amparar-lhe na medida da sua necessidade, na necessidade do seu carinho, na sua carência humana.

O Estado administra a vida de cada um de nós. Tira e põe direitos e obrigações.

Estado e família carecem de mudanças urgentes para melhorar a vida de cada cidadão, da cidade, do estado, do país.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina de 17.02.15



segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Sociedade civil acorda para a violência e a criminalidade

O avanço da criminalidade e da violência em Teresina vem mexendo com a tranqüilidade e os costumes dos moradores da cidade. O antigo hábito de sentar-se à porta de casa para conversar, à noitinha, não é tão comum como o era há cerca de 20 anos ou 30 anos.

A luta oficial no combate à epidemia social da criminalidade, uma doença fruto da peste emocional do mundo contemporâneo, tem sido inócua, não produz os efeitos esperados em que pese o esforço desenvolvido pelos Poderes Executivo e Judiciário, além do Ministério Público. A Assembleia Legislativa pouco tem se manifestado.

O problema é sério e exige a efetiva ação da sociedade civil, como temos sugerido aqui, exatamente pelo fato de que as iniciativas, com prisão de criminosos e outras ações, não são suficientes para reduzir os prejuízos materiais, emocionais, financeiros, morais, éticos que a onda de violência deixa no seu rastro.

A sociedade civil, preocupada, começa a esboçar as primeiras reações no sentido de discutir o tema, como se propõe o grupo auto-intitulado Pense Piauí, integrado por autoridades e personalidades de vários segmentos sociais, entre as quais o desembargador Edvaldo Moura e o juiz Carlos Brandão.

Anuncia-se para abril ou maio o início de uma série de palestras para discutir a violência, tendo acertada a vinda do secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Maria Beltrame. Já não era sem tempo. Os múltiplos aspectos indicam ser necessária a discussão com especialistas.

Faz-se imprescindível tomada de decisão urgente na caça aos traficantes, na formatação de novo padrão jurídico, na construção de novas políticas para o tratamento da coisa pública, na assistência social aos mais carentes e humildes, na construção de uma escola sadia em que a comunidade escolar se refaça e se renove, na difusão de valores morais e éticos que possam fazer frente à peste que hoje consome boa parte das mentes dos cidadãos, muitos dos quais valorizam mais o ter e pouco ou quase nada o ser.

As discussões em torno da violência e da criminalidade devem conter as tentativas de reconstrução da família brasileira, ameaçada pelo poder excessivo do capital, através do qual a dignidade humana, o respeito ao próximo, a solidariedade, o espírito de companheirismo são apenas um amontoado de palavras, distantes da realidade íntima de cada um.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 16.02.15





sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Regina Sousa confirma parceria administrativa e aponta para aliança com PSDB

A senadora Regina Sousa (PT) admitiu na manhã desta sexta-feira (13) a possibilidade de aliança entre PT e PSDB. Ela visitou o prefeito Firmino Filho (PSDB), com quem discutiu ações que pretende desenvolver em benefício de Teresina. Regina disse que estava se apresentando como senadora e se colocando à disposição para ajudar a cidade porque mora aqui e tem interesse em ajudar no que puder.

Mesmo declarando que ainda é cedo para falar na eleição de 2016, Regina Sousa observou que eleição municipal é mais flexível e que há municípios onde existe aliança entre o PT e o PSDB. A parceria administrativa não obriga a formatação de parceria política, destacou.

O prefeito Firmino Filho disse que as parcerias administrativas, para o bem de Teresina, serão firmadas tanto no âmbito estadual quanto no federal. Ele esquivou-se de falar em aliança política.

Um dos problemas centrais de Teresina é o da mobilidade urbana, cujos projetos são muito caros e a cidade precisa de verbas federais para executá-los. O prefeito pediu, então, ajuda da senadora no sentido de que faça gestões para a liberação dos recursos já assegurados, mas foram suspensos pelo Ministério das Cidades.

Impeachment

Firmino refletiu que o Brasil vive momento muito ruim na economia e crise na política, mas é preciso evitar os excessos e a radicalização a fim de não levar a política para o abismo, mas procurar caminhos para sair do atual impasse.




Marcelo defende o fim da reeleição e do financiamento de campanha por empresas

O relator da comissão da Reforma Política na Câmara, deputado federal Marcelo Castro (PMDB), defendeu nesta sexta-feira (13), o fim da reeleição, do financiamento privado (por empresas) de campanhas políticas, da figura do suplente (pelo menos para o Senado).

Hoje, o candidato ao Senado já tem o seu suplente que, por qualquer motivo, assume sem ter sido votado. Marcelo quer que os suplentes sejam os candidatos menos votados. Outra sugestão é com relação à doação de campanha: acabar-se-ia a doação por empresas, ficando apenas o financiamento privado, ou seja, pessoal.

Ele disse que fará o possível para que os pontos principais da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) apresentada na Câmara sejam analisados, discutidos e votados no mais breve espaço de tempo.

Entre as propostas estão o fim do voto obrigatório, a realização de todas as eleições no mesmo ano, o fim da reeleição e mandatos de cinco anos para todos os cargos, o financiamento de campanha pelo cidadão, o fim das coligações proporcionais, dentre outras.

Na opinião de Marcelo Casto, os temas mais simples devem logo ser discutidos e ir em seguida para votação. Os mais complexos, contudo, merecem mais calma e devem ser debatidos com amplitude.












Servidor público só volta ao trabalho na quinta-feira

A folga devido ao carnaval deste ano vai se prolongar até quarta-feira da próxima semana (Quarta-feira de Cinzas), para os servidores da prefeitura de Teresina e do governo do Estado.

O prefeito Firmino Filho decretou ponto facultativo nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro. O prefeito justifica que o carnaval é, por excelência, uma tradicional festa popular na qual todos se integram. “A prefeitura incentiva a realização da difusão das manifestações culturais”, observa Firmino.

O decreto exclui do ponto facultativo os serviços essenciais e de interesse público prestado pelo município à população, que deverão ser realizados normalmente, a exemplo de hospitais.

No governo do Estado, o ponto facultativo assinala folga para os dias 16 e 18, mas, como a terça-feira de carnaval já é feriado, o feriado prolongado vai até o dia 18.

A medida atinge todos os órgãos da administração pública direta e indireta, autárquica e fundacional do Poder Executivo sem prejuízo dos serviços essenciais, sobre os quais decidirá o órgão competente.




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Justiça com as próprias mãos, mais uma vez

Dizem os mais inteligentes, ou melhor, Jesus Cristo ensinou que não se deve deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Há tempos o poder público abandou a população ao deus-dará no quesito segurança pública. Dirão, contradizendo: nós prendemos e a justiça solta. É verdade.

Acontece que, em decorrência da falta de ações efetivas no setor e, de resto, nas áreas econômica e social, com a ausência de políticas de amparo à família e à sociedade, de modo geral, a criminalidade se aprofundou e se tornou epidêmica, aproximando da pandemia, ou seja, podendo atingir grandes proporções nos vários continentes.

O assassinato, ontem, do jovem André Felipe da Silva Barroso, de 18 anos, no Parque Brasil 3, zona Norte, é uma tragédia anunciada pela Teresina FM em seus programas jornalísticos. Ele foi espancado até a morte, após ser arrebatado de dentro de uma igreja, acusado de tentativa de assalto. Em novembro do ano passado, Felipe Mendes Siqueira, de 22 anos, foi igualmente espancado por taxistas acusado de assalto a um motorista de táxi. Outra jovem, não lembro bem se em São Paulo ou Brasília, foi confundida com outra mulher que teria abusado de crianças. Foi feita “injustiça” com as próprias mãos e a moça morreu. Era uma mãe de família.

O que significa isso? A população, desacreditada no esforço do aparato da segurança oficial, retoma a barbárie, sujeitando-se a cometer injustiças. A propósito, o aparelho judicial não atende a contento aos anseios da sociedade.

Há alguns dias aflorou polêmica envolvendo Ministério Público, Poder Judiciário e setores da Segurança Pública estadual, com farpas distribuídas para todos os lados. No meio das farpas, a população.

Já esta semana, o governador Wellington Dias (PT) anunciou a vinda da Força Nacional para oferecer suporte e difundir credibilidade ao trabalho dos nossos excelentes profissionais da Polícia.

É preciso, sim, agir com urgência, aumentando o contingente policial nas ruas, mas, repetimos o que temos dito dezenas de vezes, o problema do aumento da criminalidade é oriundo de uma série de fatores que envolvem, inclusive, a caça aos traficantes, os mais perigosos operadores da desordem.

É preciso que a sociedade civil tome para si a resolução desse problema porque o poder público mostra-se falido.

Domingos Bezerra Filho
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Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 12.02.15


Tráfico de drogas e criminalidade juvenil, novamente

Não são poucas as razões apontadas por especialistas para o ingresso de adolescentes no mundo da criminalidade. Arrimado em texto da jornalista Fernanda Pereira, listamos “falta de estrutura familiar, falta de um projeto de vida, valorização do ter ao invés do ser, falta de políticas públicas que combatam a desigualdade social, impunidade da estrutura penal brasileira, aumento do consumo de drogas” como algumas das razões para tanto.

Mas o que terá contribuído para aumentar a violência na sociedade brasileira? Estudiosos acusam também a fragilidade das ações do poder público, seja no combate à marginalidade ou na inexistência de políticas públicas capazes de evitar o surgimento de novos criminosos.

Além disso, a reinserção do marginal na sociedade é uma falácia em todo o País, com exceções registradas aqui e ali. Em reportagem inserida na televisão pelo repórter Roberto Cabrini, vimos que de dez mulheres presas em um presídio cujo nome não nos vem agora à memória sete se salvam, ou seja, voltam ao mercado de trabalho, ao convívio sadio com a sociedade e com a família.

Aqui, a TV mostrou matéria hoje em que duas crianças de 13 anos foram apreendidas – este é o nome que se dá nesses casos – por participarem de assaltos a mão armada. Imagine: meninos de 13 anos de idade participam de assaltos a mão armada. Isso só acontecia no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Diariamente, mais crianças abandonam a inocência infantil e se inserem no universo nebuloso e perverso do crime. Carrinhos, bolas e bonecas ficam de lado. Em suas mãos, revólveres, canivetes e facas. Ilustrando, ou deslutrando, como queiram, mas com certeza, mantendo elo estreito com o crime, a droga, a perversa inimiga da sociedade, da cidadania, da benquerença, da justiça, do amor, da solidariedade, presente no seio familiar.

E quem está por trás de tudo isso? O traficante exerce poder excepcional, está em todo lugar, no meio de todos nós. Com eles convivemos até sem o saber. Eles se utilizam das crianças, introduzindo-as no vício e, posteriormente, no tráfico para o seu próprio benefício.

A guerra do poder público não deve ser apenas contra os usuários. É uma guerra permanente contra o tráfico e o consumo. Os usuários, doentes do vício e da maldade, em determinados casos, devem ser tratados como doentes. Os traficantes, responsáveis pelo avanço do consumo, são grandes inimigos da sociedade e do poder público.

Diante disso, carece endurecer o mais duro possível a guerra contra o tráfico.

Quem se habilita, com a coragem que o momento requer?

Domingos Bezerra Filho


Editorial do Jornal da Teresina 2 Edição de 11.02.15

Força Nacional, sim, mas precisa de muito mais

O governador Wellington Dias anunciou a chegada da Força Nacional ao Piauí na primeira semana de março para reforçar a segurança pública e atender aos reclamos da sociedade piauiense, que não mais aguenta a sensação de insegurança. O governador procura cumprir, assim, a garantir dada no dia da posse, quando decretou estado de emergência administrativa em vários órgãos.

Na sexta-feira (6), o soldado PM Nunes foi assassinado por adolescente durante tentativa de assalto ao filho do governador na zona Leste de Teresina. O governador sentiu mais de perto o que a população sente há tempos. E não só aqui, na capital. No interior do estado e no litoral, a insegurança toma conta de muitos.

Pois bem. Recebamos a Força Nacional como mais uma tentativa de reduzir, coibir, inibir a ação marginal. Ela é composta de policiais federais e militares dos estados e acode os estados em situação de distúrbio público, com a aquiescência do governador. No nosso caso, o governador pediu a internação dela.

O aparato de segurança pública piauiense é ínfimo para o tamanho do problema. Há policiais de menos e bandidos de mais. Embora a polícia saiba quem são os bandidos, como aqui e acolá declaram alguns policiais, eles são presos e postos em liberdade pouco tempo depois. Dentre os especialistas, há aqueles que defendem a redução da maioridade penal e outros listam uma série de soluções menos radicais.

O certo é que o crescimento da criminalidade e da violência social está intimamente ligado ao tráfico e consumo de drogas. A atuação da Força Nacional e das polícias civil e militar do Piauí contribuirão, sem dúvida, para oferecer mais credibilidade, ou seja, mais sensação de segurança, mas, por si só, não resolverá a questão.É uma questão tópica, cosmética, mas necessária e urgente.

Se a origem do problema está no tráfico e consumo de droga, imprescindível se faz focar no nascedouro de tal problema. E aí envolve ações a médio e longo, com a implementação de políticas públicas que mirem as condições morais, socioeconômicas, educacionais etc, etc, etc. Não é fácil. Não é apenas um problema. São Muitos.

Ao mesmo tempo em que se tenta conter o avanço da criminalidade, com punições para os criminosos, deve-se adotar políticas públicas transversais, com a participação das instituições oficiais e da sociedade civil, incluindo a família, esta, principalmente, esta, a família, encoberta na crise moral que abala a todos.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina de 10.02.15


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A morte do cabo Nunes

Cabo PM Nunes foi morto sábado
A morte do cabo PM Nunes, ajudante de ordem do governador Wellington Dias (PT), quando deixava o filho de Wellington em uma casa na zona Leste, na sexta-feira à noite, em uma tentativa de assalto, é o comentário central em muitas rodas em Teresina.

Era de se esperar que isso ocorresse. Com as pessoas mais simples e humildes há muito tempo ocorre. O trabalhador comum, o estudante, o pai e a mãe de família vêm enfrentando o problema há décadas.
É difícil você encontrar uma pessoa em Teresina que não foi assaltada. Todos andamos sobressaltados, com medo e pensando fazer justiça com as próprias mãos.

Já alertamos aqui. E até dissemos que no dia em que uma autoridade fosse assaltada o poder público tomaria decisões para diminuir a criminalidade ou, pelo menos, reduzir a impunidade.

Não era isso que queríamos e não é o que queremos. Mas, com a responsabilidade social de que a mídia é investida, avisamos, e não foi apenas uma vez.

Bandidos já invadiram casa de policial. Bandidos já mataram filho de juiz. Bandidos vivem matando os pobres e permanecem soltos a debochar da sociedade. E algumas autoridades, ao que parece, debocham também do cidadão, o cidadão que paga o seu salário.

No sábado, segundo relato de um motorista de táxi, um grupo de jovens, usando linguagem pouco recomendável, referia-se a um dos rapazes suspeitos de matar o cabo Nunes, com deboche em relação à polícia. É comum. Os bandidos, audaciosos, desafiam a própria polícia.

Lamentamos profundamente o assassinato do jovem policial e enviamos a sua família os nossos sentimentos, sentimentos de esperança na justiça e fé em Deus. Sentimos também pelo que passou o jovem filho do governador e toda a sua família.

E diante deste caso e de tantos outros, como comunicadores que somos, reivindicamos não só da justiça, mas dos legisladores tanto a aplicação das leis como a reforma do arcabouço jurídico brasileiro.

É preciso salva a Pátria. É preciso renovar o Legislativo. É preciso renovar a prática política. É preciso renovar a família brasileira. É preciso criar um novo mundo em que os valores morais sejam a mola mestra das nossas condutas.

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 09.02.15

Domingos Bezerra Filho















Lázaro diz que corso será ampliado nos próximos anos


O presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, Lázaro do Piauí, disse que o corso carnavalesco de Teresina deverá ser ampliado nos próximos anos. Ele elogiou a estrutura policial, que contou com 800 homens, além de 300 seguranças contratados pela Fundação.

“Em um evento com quase 300 mil pessoas, nós praticamente não tivemos ocorrências graves. Isso me alegra mais do que qualquer coisa. O corso não é só o maior desfile de carros decorados do mundo. É também uma das festas mais seguras do País”, declarou.

Lázaro disse que a intenção é manter o espaço democrático dos foliões. “Quem fez o corso ser o que é hoje foi o povo. É o folião que define a cara do evento, que decide onde e como quer brincar. Se terá mais ou menos caminhões, se a folia será no chão ou em cima de um veículo, a decisão não é nossa. A obrigação do poder público é dar o suporte necessário. E vamos trabalhar também para que o corso tenha mais projeção nacional, que atraia mais turistas e gere mais vantagens para a cidade”, observou.





quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Deputados piauienses apoiam instalação da CPI da Petrobras

A bancada do PSB do Piauí na Câmara Federal apoiou, nesta quinta-feira (5), o pedido de instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar denúncias de irregularidades e desvios de verbas na Petrobras.

Os deputados Heráclito Fortes e Rodrigo Martins assinaram o requerimento posto em votação pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). As denúncias a serem investigadas são de registros de irregularidades ocorridas entre os anos de 2005 e 2015.

O foco da CPI é investigar denúncias de superfaturamento na construção de refinarias, na construção e locação de navios de transporte, navios-plataforma, navios sonda e ainda irregularidades na operação da companhia Sete Brasil, bem como na venda de ativos da Petrobras África e na contratação de empresas.




Estado vai concluir liquidação de empresas em processo de extinção

O presidente da Emgerpi, Ricardo Pontes, será o interventor na liquidação da Etelpi (Empresa de Telecomunicações do Piauí), Codipi (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Piauí), Cidapi (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Piauí) e Rimo (Rede Integrada de Hotéis e Pousadas do Piauí), já em processo de extinção.

Ricardo Pontes disse que foi formada uma comissão para analisar os processos. A Etelpi é a que se encontra com o processo de extinção mais adiantado.

Ricardo esclareceu que não se extingue empresa apenas por decreto. É preciso levar em consideração as questões tributária, trabalhista, previdenciária, patrimonial e é isso que faz a Emgerpi.

Agespísa

Um grupo de trabalho do governo já estuda possibilidade de extinguir a Agespisa e criar uma autarquia para sucedê-la, mas não há previsão de conclusão das análises.




Prédios abandonados atraem usuários de drogas

Todos nós sabemos, embora não tenhamos condição de avaliar o tamanho do prejuízo financeiro, que as obras e casas abandonadas geram outros problemas muitas vezes crônicos cujas soluções merecem urgência.

Quantas casas e obras abandonadas pelo poder público estão aí a desafiar a inteligência humana e a capacidade de administração dos nossos gestores. Abandonam-se esses locais perante as primeiras dificuldades. Não se dá nenhuma explicação, nenhuma justificativa, nenhuma nota pública.

Ou seja, o que é do público, do povo, das pessoas, de todo mundo, porque construído com verba pública, é jogado no lixo, na vala comum do desperdício financeiro.

Vamos tomar como exemplo o CSU (Centro Social Urbano) do Parque Piauí, construído na década de 70 do século passado para ser um espaço da comunidade e que está sendo usado como uma espécie de cracolândia, conforme noticiou o portal Cidade Verde.

Hoje, um grupo de políticos, autoridades do governo do Estado e líderes comunitários visitarão o local para ver o que fazer. Como recuperar a casa e oferecer-lhe destinação positiva?

Em levantamento feito no ano passado e publicado pelo portal 180 Gaus, o prejuízo acumulado de 2003 a 2010, só com as obras inacabadas no estado do Piauí, somavam R$ 250 milhões.

É preciso que o governo do Estado faça um levantamento das obras inacabadas e do que elas poderão absorver em recursos, em sua conclusão. É preciso que o governo do Estado desenvolva trabalho de pesquisa sobre os imóveis que estão subutilizados ou abandonados com o objetivo de buscar sua recuperação.

A prefeitura deve fazer o mesmo.

Não temos, neste exato momento, a lista das obras inacabadas nem dos prédios subutilizados ou abandonados pelo poder público nas esferas federal, estadual ou municipal. Mas temos informação de que elas existem e causam enorme prejuízo financeiro, além do social, ao atrair usuários de drogas para sua ocupação.

A recuperação ou conclusão dessas obras e prédios não provocaria nenhum prejuízo financeiro ao Estado ou ao Município de Teresina. Pelo contrário, sua conclusão ou recuperação e uso devido trará resultados positivos.

É preciso mais zelo e cuidado com a coisa pública, que é do povo, que é de todos nós.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 05.02.15




quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Marden critica mensagem do governador Wellington Dias

O deputado estadual Marden Menezes (PSDB) disse que a mensagem anual do governador Wellington Dias (PT), lida na sessão de abertura da Legislatura, na Assembleia Legislativa do Piauí, não aponta nenhum caminho para o futuro do estado. O documento não menciona questões como turismo, desemprego nem faz referência ao ajuste da máquina administrativa.

Segundo o tucano, Wellington menciona obras inacabadas mesmo sabendo que a maioria delas é da sua última gestão (2007-2010). Na opinião do parlamentar, a situação da Agespisa se agravou durante o governo do petista.

Marden foi um dos que votaram contra o deputado Fábio Novo (PT) durante eleição para presidente da Assembleia, cujo vencedor foi Themístocles, que ocupa o cargo há dez anos. Ele não seguiu a sugestão do prefeito Firmino Filho (PSDB), ao contrário dos outros dois deputados tucanos, Luciano Nunes e Firmino Paulo.






André Baía recebe título de cidadão piauiense

Natural de Garanhuns (PE), o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), André Baía, recebeu do presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho (PMDB), nesta quarta-feira (4), o título de cidadão piauiense.

O autor do projeto de lei concedendo a honraria, deputado Luciano Nunes (PSDB), disse que André Baía é um entusiasta e defensor do Piauí. O empresário nasceu no dia 6 de dezembro de 1976, mas veio para Teresina ainda criança, onde estudou até o ensino médio. No seu estado natal formou-se em Engenharia, voltou ao Piauí e hoje é diretor técnico da construtora Estrela da Manhã.

Ao discursar, o empresário disse que a honraria o deixa mais estimulado a lutar pelo Piauí como tem feito durante toda a sua vida e a ajudar a construir novas lideranças.
Citou Jesus Cristo como exemplo de liderança e conclamou os políticos piauienses a mudarem de postura para que o Piauí alcance o desenvolvimento.

A sessão solene da Assembleia contou com a presença do mundo empresarial, político, social e jurídico local. Dentre as autoridades presentes, podem ser citados o desembargador Sebastião Ribeiro Martins, que representou o Tribunal de Justiça; o presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Luciano Nunes; a superintendente do Trabalho e Emprego, Paula Mazullo; o secretário estadual da Fazenda, Rafael Fonteles; o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, Paulo Roberto Oliveira; o superintendente da Caixa Econômica Federal, Emanoel  Bonfim Filho.




O valor do trabalhador brasileiro

O aumento do salário mínimo de 2014 para 2015 foi de R$ 64,00. Houve aumento real, pois ele era de R$ 724,00 e alcançou os R$ 788,00. O valor diário dele era de R$ 24,13, hoje é de R$ 26,27, ou seja, cada hora valia, em 2014, R$ 3,29; hoje, vale R$ 3,58. Já há algum tempo ele vem ganhando aumento real.

Neste princípio de 2015 houve aumento nos preços de vários produtos, como combustíveis e tarifa de energia elétrica, dois importantes itens porque esses aumentos desencadeiam uma série de outros reajustes.

Agora mesmo estamos às voltas com o reajuste na tarifa de ônibus de Teresina, que passou de R$ 2,10 para R$ 2,50. Os taxistas também reivindicam aumento de 30% na bandeirada, que é de R$ 3,30 desde 2012.

Em pouco tempo, vamos nos deparar com pedidos de aumento salarial dos operadores do sistema de transporte coletivo. Aí o usuário de ônibus deverá enfrentar os mesmos problemas pelos quais passou em anos anteriores. Foi necessária a intervenção da Justiça do Trabalho para sanar o caso.

O momento político-econômico brasileiro exige a manifestação do trabalhador para fazer valer os seus direitos. Os trabalhadores têm se movimentar, chamar à conversa a classe empresarial, o poder público e outros segmentos cujos interesses estão em jogo.

Mas quanto vale o trabalhador brasileiro, de modo geral? Se considerarmos o salário mínimo, hoje de R$ 788,00, o trabalhador brasileiro vale R$ 26,27 por dia, ou seja, ele ganha pela venda ou aluguel, como queiram, da sua força de trabalho, exatamente R$ 26,27 por dia.

A outra pergunta que sobressai é a seguinte: o que você compra ou aluga com R$ 26,27 por dia. Você pode contrapor: mas nem todo mundo ganha salário mínimo, há outras vantagens como auxílio-alimentação e vale-transporte, por exemplo. Além disso, há categorias que percebem muito mais do que o salário mínimo. Refutamos: tomamos o salário mínimo como base para afirmar o que não é novidade nenhuma, mas é preciso refletir: o trabalhador brasileiro sobrevive à míngua, não é valorizado,mas é obrigado a reembolsar ao governo os trilhões ou quatrilhões, ou mais, de reais desviados dos cofres públicos.

Haja paciência.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 04.02.15



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A eleição na Assembleia Legislativa do Piauí

A eleição da Mesa da Assembleia Legislativa, ao tempo em que passa ao largo do interesse popular, se reveste de exponencial significação para o estado. A vitória do atual presidente, Themístocles Filho, é sintomática. Esses dois fatores podem ser entendidos de diferentes formas. Cada pessoa compreende conforme sua visão, cultura, interesses etc, etc, etc.

Há algum tempo, há quase 30 anos, não há disputa tão apertada para presidente. Themístocles, do PMDB, derrotou Fábio Novo, do PT, com 16 a 14 votos. Antes, o consenso prevalecia. Um consenso forçado, com a interferência do chefe do Poder Executivo, o arrecadador do dinheiro público.

A nova Assembleia assume com renovação de 46%, embora boa parte desses nomes seja representativa de políticos experimentados. Mesmo assim, é um sinal de alguma mudança, ainda que não profunda.

O Poder Legislativo é o segundo mais importante e o segundo orçamento do Estado. O presidente da Assembleia é quem assume o governo na ausência do chefe do Executivo. O prestígio e a importância que ele detém são enormes política, social e financeiramente. Pode fazer muitos favores, desde a intercessão para a conquista de empregos e cargos públicos à interferência no tratamento de saúde de muita gente.

As relações entre os poderes Executivo e Legislativo dão o tom da governabilidade do Estado. É semelhante para a Nação, com relação ao Congresso Nacional – Câmara e Senado da República. Ao lado do Poder Judiciário, esses dois poderes governam as nossas vidas.

Esta nova Assembleia é uma das mais importantes da história do Piauí, assim como o Congresso Nacional por causa das mudanças que a sociedade exige e não mais aceita postergação.

Mas é bom também que se reflita sobre a eleição da Mesa como momento de altas negociações que envolvem cargos e verba pública. É bom que a sociedade piauiense tenha em mente que uma eleição dessas remete para as posições que assumirão os políticos daqui para a frente.

É preciso que tenhamos em mente que nossos representativos assumem posições para as quais nós os credenciamos por intermédio do voto. Eles fiscalizam as ações do governo e criam leis porque nós os escolhemos para tal. Suas atitudes têm o nosso aval.

Não adianta reclamar depois. É só votar.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 02.02.15








A República dos Desvalidos estreia com sucesso

A primeira temporada da comédia musical A República dos Desvalidos, de Afonso Lima e Aurélio Melo, estreou com sucesso este final de semana no Theatro 4 de Setembro, em Teresina. De 1986, a peça, agora repaginada, vai ainda para o Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Tocantins e o interior do Piauí. Depois volta ao 4 de Setembro.

Confira abaixo o que diz Luana Sena, de O Olho.

http://www.oolho.com.br/blog/transver/post/do-riso-ao-choro-com-a-republica-dos-desvalidos