segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A rebeldia contra o sistema é o estudo



O Brasil aprendeu com um menino de aproximadamente 12 anos de idade, nesta segunda-feira, por intermédio de reportagem inserida em uma emissora de televisão, que a melhor forma de manifestação de rebeldia contra o sistema é o estudo.

O garoto impressionou com a tirada filosófica que pode ter aprendido durante a experiência adquirida no trabalho desenvolvido por uma ONG que ajuda meninos e meninas da periferia de São Paulo a acessar o conhecimento, incentivando-os por intermédio de ações que envolvem esporte, estudo, leitura, arte etc.

Na Internet, frase de anônimo diz o seguinte: “Quando você nasce pobre, o maior ato de rebeldia contra o sistema é você ser estudioso”. O menino, cujo nome não anotei, aprendeu bem a lição ou mesmo descobriu por esforço próprio ser este o caminho para insurgir-se contra o sistema.

O sistema que nos impõe condutas, nos obriga a seguir regras ditadas pelos poderosos de plantão. O sistema que estabelece valores no sentido de organizar a sociedade geralmente de acordo com o interesse da maioria. O sistema que busca a integração de posturas, condutas, leis, costumes etc etc etc.

Voltemos ao menino. A filosofia por ele socializada na manhã desta segunda-feira fere frontalmente a ação daqueles que, enraivecidos e achando-se injustiçados, revoltam-se contra o sistema, pensando derrotá-lo com a violência perpetrada contra os cidadãos, os trabalhadores, as crianças, as donas de casas, os pais de famílias.

Perdem. O sistema é poderoso e atrai a todos. Correto é estudar, queimar as pestanas, varar as madrugadas com a cara nos livros para, aí sim, contribuir na mudança do mundo, vencendo o atual e injusto sistema introdutor de poder mal distribuído porque restrito a pequenos grupos sociais.

Para os pobres, fica filosofia juvenil de que a alternativa contra o sistema é o estudo. Com este, o estudo, mudamos não só as nossas condutas, mas as condições de trafegabilidade das vias públicas, a acessibilidade e mobilidade não só geográfica, mas socioeconômica das pessoas, a performance do aparelho da segurança pública, dos equipamentos sociais construídos com o dinheiro do povo, das escolas públicas e privadas, das nossas casas legislativas, enfim, dos poderes constituídos nos três níveis de Estado e nas várias esferas da administração da coisa pública.

Vale a pena refletir.


Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 04.08.14





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