quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Justiça com as próprias mãos: falência do Estado

A cada dia encontramos mais pessoas defendendo o que seria justiça com as próprias mãos. Procuremos compreender o que isso significa: se uma pessoa é agredida, assaltada, estuprada, seqüestrada, surge no íntimo dela ou de seu grupo social ou familiar o desejo de justiça, muito natural e um direito seu.

Quando a vítima é assassinada, membros de sua comunidade, seja familiar, profissional, social etc também alimentam a esperança de justiça. Em alguns casos, o grupo se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. Muitos casos já se registraram no Piauí e em outros estados.

Quando isso ocorre é porque as pessoas - a comunidade de cidadãos - não acreditam no Estado, detentor do poder jurídico e da força, como responsável pelo ordenamento social.

Nas décadas de 60 e 70 do século passado existiu no Brasil um grupo paramilitar intitulado Esquadrão as Morte, que se dizia defensor da sociedade e matava os inimigos públicos. Há pouco tempo, no Rio de Janeiro, milícias foram montadas com a participação de civis e militares para vigiar e punir a ação marginal.

Quando o Estado falha no dever constitucional, deixando de corresponder às expectativas da sociedade, estabelece-se a desordem. Com esta, aumentam os crimes, como se dá no atual momento nacional.

Ontem, um jovem acusado de tentativa de assalto foi morto por cerca de 50 taxistas, segundo publicaram portais de notícias de Teresina. É o retorno da ação justiceira por causa da ausência do Estado na prestação dos serviços de segurança, de saneamento básico, de saúde, educação, etc, etc, etc.

Em todo o País, tais ações se multiplicam. Aqui no paupérrimo e ao mesmo tempo rico Piauí, elas vão crescer se o Estado, não o governo, mas o Estado União e o Estado federado não disserem a que vieram.

O grande perigo: o cometimento de mais injustiças e a implantação da desordem social, sujando a nossa bandeira, cujo dístico é “Ordem e Progresso”.

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 27.11.14






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