quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O medíocre e o hipócrita

Fui buscar no dicionário on-line as definições de hipócrita e medíocre, dois tipos de personalidades muito comuns nos dias atuais, talvez até pela necessidade de a pessoa humana sobressair, vencer na vida, obter sucesso, conquistar o mundo.

Hipócrita é aquele que “age como se tivesse um sentimento que não possui; que finge ou dissimula sua verdadeira personalidade ou sua maneira de pensar acerca de uma pessoa ou coisa, geralmente, por possuir interesses ou para se esconder. Hipócrita é aquele que denota hipocrisia. Hipócrita é aquele que é falso; fingido”.

O hipócrita é ao mesmo tempo fisiológico, desonesto, corrupto, desumano. Tem na alma o sentimento da traição, da desonestidade. O hipócrita não vê no vizinho a bondade, a benevolência, a caridade, a justiça, a solidariedade. O hipócrita não identifica no vizinho nenhum bem a não ser os bens que dele quer tomar. A bondade do hipócrita só a ele faz bem. Ele não vê qualidade em ninguém.

O hipócrita é irmão siamês do medíocre. Suas “qualidades” são intimamente parecidas. Vejamos o que diz o dicionário sobre o medíocre: “aquele que está entre o grande e o pequeno, o bom e o mau: obra medíocre”. Ao medíocre falta criatividade ou originalidade. O medíocre é comum, mediano.

O medíocre não tem grande valor intelectual ou capacidade para realizar algo. O medíocre não é detentor de talento. O medíocre está abaixo da média.

No dicionário você encontra que o medíocre nunca alcançará o sucesso, o que não é uma verdade, é apenas uma premissa.

Por que o medíocre é parecido com o hipócrita? Porque o hipócrita inveja o sábio, dele quer tomar não o conhecimento, mas os benefícios que o conhecimento traz. No sábio se mira, copia do sábio até a forma de falar, jamais o conhecimento. O medíocre jamais vai aprender, nem consegue imitar porque lhe falta capacidade para tal.

Não estão entendendo o que estamos a dizer? Nem o porquê de tanto palavreado?

Ora, ora, o medíocre e o hipócrita estão a ocupar importantes postos na sociedade e muitos deles lideram o mundo como se justos fossem.

Em vista disso, são atualíssimas as palavras de Rui Barbosa. “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 26.11.14






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