terça-feira, 28 de outubro de 2014

Piauí precisa de projetos exequíveis para se desenvolver


Virou tradição no Piauí dizer-se que o governo federal, em sucessivos mandatos, tem olhado pouco, ou melhor, investido pouco no estado. Dizia-se também, e eram os mais antigos que assim se referiam, que durante os governos militares o Piauí recebeu muito dinheiro a fundo perdido.

Investimento a fundo perdido é a destinação de verbas públicas, no nosso caso federais, ao estado, sem o correspondente reembolso ou sem contrapartida. Esses investimentos são voltados a ações sociais, com obras de infraestrutura, saneamento básico e construção de casas populares.

Também se menciona como o último grande investimento em infraestrutura física no Piauí a construção da barragem de Boa Esperança, que começou em agosto de 1964 e terminou em abril de 1970.

Temos obras cuja necessidade é urgente, as quais contribuiriam para apressar o desenvolvimento econômico do Piauí, na medida em que recebemos investimentos em setores sociais como a implementação do Bolsa Família e outros benefícios. Duas delas são o porto seco de Teresina e o porto marítimo de Luiz Correia.

Mas não são apenas a conclusão dessas e outras obras que abririam oportunidade para o nosso desenvolvimento econômico.

Tido como um dos mais pobres do País, o Piauí carece, em primeiro lugar, mudar a sua mentalidade e o tratamento que se dá a si mesmo. Pensar grande, sem rancores, sem mágoas, sem invejas.

Lutar pela redução das desigualdades é um dos nossos imperativos. Luta esta que deve ser travada com a união de todos e o elevamento do espírito público das nossas lideranças, sejam políticas, empresariais, comunitárias, populares, estudantis, profissionais.

Não será apenas a extraordinária votação obtida pela presidente Dilma que vai assegurar melhor tratamento para o estado. Em parte, sim. A outra parte: é preciso que tenhamos projetos exequíveis, projetos que se finquem não apenas na nossa realidade econômica, mas na viabilidade, considerando as peculiaridades regionais e locais.

O que é inadmissível, contudo, permanecermos atolados na miséria econômica que nos obriga a sermos um dos maiores beneficiários de programas sociais que, importantes em sua finalidade, carecem de validade econômica para transformar a realidade.

Domingos Bezerra Filho
Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 28.10.14

 


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