quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O desperdício de alimentos e a fome no mundo

Iniciamos hoje uma série de editoriais enfocando o desperdício de alimentos, a fome, o fim da pobreza e o desenvolvimento econômico sustentável. É claro que o assunto não será esgotado em textos do tamanho de um editorial de programa jornalístico de rádio, texto geralmente pequeno, como manda a rotina da produção radiofônica.

O aumento da pobreza mundial está diretamente ligado ao desperdício de alimentos, segundo especialista da ONU (Organização das Nações Unidas). A lógica para se entender o problema é a lei da oferta e da procura, segundo o especialista, porque quanto mais comida se desperdiça, jogando fora, mais caros ficam os alimentos. Assim, as famílias são obrigadas a gastar mais com a alimentação e menos com educação, por exemplo.

Cerca de 100 milhões de pessoas não têm teto no mundo. Contabiliza-se 1,1 bilhão de analfabetos. 1,1 bilhão de pessoas vivem na pobreza, das quais 630 milhões são extremamente pobres. 1,5 bilhão de pessoas não têm água potável. 1 bilhão de pessoas passam fome e há mais de 840 milhões de famintos. Em meio a toda essa realidade, vemos propagandas sobre economia de água e de energia, mas sobre o desperdício de alimentos, nada.

No ano passado, um terço dos alimentos produzidos para consumo humano foi perdido ou desperdiçado, o que corresponde a 1,3 bilhão de toneladas, “totalizando 750 bilhões de dólares anuais ou 2 bilhões de pessoas a mais que poderiam estar sendo alimentadas. (...) A maior parte desse desperdício acontece nas fases de pós-produção, como colheita, transporte e armazenamento da produção”, diz Janguiê Diniz, mestre e doutor em Direito, Reitor da UNISSAU (Centro Universitário Maurício de Nassau) e presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional.

Nos países em desenvolvimento, o desperdício dos alimentos tem ligação com a infraestrutura inadequada. Nos países mais desenvolvidos, tem a ver com a comercialização e o consumo. Diante de tudo isso, encontramos o vilão: a falta de infraestrutura.

Segundo Janquiê, “é preciso investir mais em diversas áreas, como portos, estradas, armazéns e transportes refrigerados para a melhor conservação dos produtos”, sem esquecer igualmente na necessidade da conscientização da população, das autoridades e da iniciativa privada.

O Brasil recebeu prêmio por ter reduzido a fome antes do prazo, previsto para 2015 pela ONU nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Todavia, se não acabarmos de vez com a fome e a pobreza, tudo poderá ter sido em vão, perdurando entre nós multidões de famintos enquanto se desperdiçam alimentos no Brasil e no mundo.

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 04.12.14






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