segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Servidor ou empregado público não pode se omitir diante de irregularidades

Venina: Não vou desistir
Boa parte dos telespectadores brasileiros deve ter assistido neste domingo (21) à entrevista concedida pela ex-gerente de Abastecimento da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, sobre os desvios de conduta e de recursos públicos registrados na empresa. As declarações, contundentes, deixaram o país estarrecido dada a dimensão das irregularidades que estão sendo investigadas e a responsabilidade dos gestores.

Fala-se em R$ 59 bilhões, um valor extremamente elevado. O quanto se poderia fazer com esse montante! Se qualquer tipo de corrupção é abominável e deve ser punida, imagine tamanha verba saindo pelo ralo da empresa mais importante do país, um patrimônio do povo brasileiro.

A luta pela exploração do petróleo foi extenuante e envolveu a sociedade brasileira. Foi uma luta feroz para que a empresa fosse instituída em 1953, com campanha memorável na mídia reivindicando que “o petróleo é nosso”, frase esta pronunciada pelo presidente Getúlio Vargas quando da descoberta de reservas de petróleo na Bahia. A frase, segundo historiadores, foi cunhada pelo professor Otacílio Raínho, do Rio de Janeiro.

Diante de tanta luta e tanto progresso, a empresa deve ser agora passar por uma profilaxia para evitar o aprofundamento da doença que a acometeu, uma doença crônica presente no corpo e na alma da política brasileira: a corrupção.

Com relação à atitude de Venina e sua convocação aos empregados da Petrobras, é importante alertar que o servidor público ou empregado público deve denunciar os desvios de que tenha conhecimento em sua repartição. Não é deduração. É o cumprimento de sua responsabilidade legal como empregado ou servidor, é o cumprimento de sua responsabilidade civil, é uma atitude que deve merecer o apoio da opinião pública.

Corajosa, sem dúvida, Venina vai sofrer muita perseguição. Deve ter cuidado com sua segurança física e deus seus familiares. A vida individual é dela, mas o petróleo é nosso. A Petrobras, empresa de economia mista que tem a União como maior acionista, é nossa e não de um grupo usurpadores e saqueadores do dinheiro público.

Que o exemplo de Venina Velosa seja seguido pelo resto do País.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina de 2.12.14








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