quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Vamos virar o jogo

Costuma-se dizer que a vida é um palco e que todos nós vivemos a atuar, que todos somos atores no palco da vida, usando disfarces, máscaras, figurinos, encenando papéis os mais diversos.

No palco da vida, nós também jogamos os nossos jogos, perdendo e ganhando, ganhando e perdendo, cometendo faltas, patrocinando jogadas extraordinárias, aplicando dribles os mais sensacionais, xingando os juízes e as mães deles.

Hoje, o Brasil enfrenta um jogo difícil: a crise moral. Queremos vencer e ultrapassar mais esta fase para alcançarmos a final e nos sagrarmos campeões da moralidade.

No dia-a-dia, no jogo da vida, não estamos conquistando tudo aquilo a que aspiramos. Senão vejamos: no jogo da violência, perdemos todo santo dia, atingidos que somos pelas nossas desgraças aliadas ao descalabro governamental.

No jogo da saúde, estamos a perder centenas de pessoas nos nossos hospitais caóticos em que a prestação dos serviços assemelha-se a um crime. Crianças, jovens, adultos e idosos têm suas vidas ceifadas pela incompetência e ineficiência da administração pública. Matam-se, nos hospitais, aqueles cujas vidas estão mais próximas do fim. E quem tem o direito de dizer que esta ou aquela vida está se acabando?

No jogo da educação, ainda ocupamos lugares destacados nos índices de analfabetismo, muito embora tenhamos algumas escolas públicas que, com esforço individual de professores, diretores, alunos e funcionários galgam posições de reconhecido valor.

No jogo da economia, somos talvez o estado em que há proporcionalmente o maior número de famílias beneficiadas pelos programas de complementação de renda tipo bolsa família. Ou seja, não nos desenvolvemos, caminhamos devagar porque já tivemos pressa e jamais chegamos aonde queríamos chegar.

Em decorrência da falta de infraestrutura, indústrias que aqui se instalariam buscam outros lugares como o vizinho Maranhão e lá oferecem emprego, movimentando a roda da economia, contribuindo para desenvolver o estado e melhorar as condições de vida da população.

No jogo da empregabilidade, exportamos trabalhadores e estudantes e disso nos orgulhamos. Nossas forças mais enérgicas são, neste caso, expulsas pelos orgulhosos donos do poder político e econômico.

Nós estamos perdendo o jogo. Quiçá possamos virar a partida no tempo regulamentar derrotando os adversários com a competência de que são eles são detentores.

Editorial do Jornal da Teresina de 11.12.14




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