quarta-feira, 27 de maio de 2015

Câmara conserva modelo atual da proporcionalidade nas eleições

Há cerca de 30 anos tramita na Câmara dos Deputados a proposta de reforma política. São vários modelos. Alguns, já do conhecimento nosso, aos quais o eleitor está acostumado, como o sistema proporcional com validação dos votos dos candidatos para os partidos político e coligações.

Ontem, os deputados federais decidiram pela permanência do modelo atual, rejeitando o distritão e o distrital misto.  Permanece o sistema proporcional, que contabiliza os votos dados individualmente aos candidatos de um partido e os da legenda. A partir daí é feito o cálculo de quantas vagas cada partido consegue preencher. Outras mudanças ainda serão discutidas.

Tem gente que acredita ser a reforma política o remédio para todos os males da política brasileira. Acreditamos que não.

Para consertar o país e melhorar sua condição no contexto das nações é preciso regenerar a nação, como já se falou aqui em editorial do ano passado em que lembramos a contribuição de Machado de Assis ao discorrer sobre a participação da literatura na construção da vida nacional.

O Brasil precisa das reformas política tributária, da concepção de um novo pacto federativo, do respeito aos princípios democráticos – os quais primam pela diversidade de opiniões e idéias. O Brasil precisa resgatar, por intermédio da educação renovadora, o sentimento do civismo, do valor do amor pátrio.

A efervescência que testemunhamos no meio social, com o surgimento de denúncias e posterior julgamento dos envolvidos, oferece-nos um sinal de que estamos mudando.

As mudanças culturais não ocorrem de uma hora para outra. Com o correr do tempo elas se solidificam. Estamos aprendendo e reconstituindo os valores necessários à convivência pacífica, democrática, fraterna.

Como afirmamos no editorial de agosto do ano passado: a nação precisa se reconstruir, ou melhor, constituir-se num organismo vivo, pulsante, palpitante, coeso, forte, sereno, com densidade tanta que sua presença na geopolítica mundial se imponha como força transformadora das várias sociedades igualmente injustas, sem dependência dos financistas internacionais que amealham fortunas e aniquilam os mais pobres.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 27.05.15



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