sexta-feira, 29 de maio de 2015

Editorial: ainda a violência contra meninas de Castelo do Piauí

A violência praticada contra as quatro adolescentes de Castelo do Piauí nesta quarta-feira é sintomática da crise moral, embora determinadas pessoas queiram ver o caso de forma isolada.

A delinqüência juvenil é uma realidade em todo o estado do Piauí e no Brasil. As menores cidades piauienses contabilizam ações que denotam a degenerescência social.

No ano passado, a prefeitura de Coivaras, salvo engano, veio a Teresina pedir apoio às autoridades da Segurança Pública para conter a onda de violência, uso e tráfico de drogas na cidade. E olha que Coivaras é uma cidade pequena, menor do que Castelo do Piauí.

O problema é sério e, repetimos, não é isolado. A droga campeia. Os traficantes vendem seus produtos até dentro de escolas. Sua primeira ação é a atração do incauto juvenil, oferecendo-lhe gratuitamente o produto.

Depois, quando o menino ou a menina vão se tornando dependentes, vendem a droga sob ameaça. Quando não há o devido pagamento pelo produto, ameaçam até seus familiares. Esses meninos e meninas furtam alguma coisa de casa para pagar ao traficante ou para adquirir nova quantidade de droga e, assim, alimentar o vício cada vez mais pernicioso, prejudicial a si, à sua família e à sociedade.

Este é um caso de saúde pública e não somente de polícia. É uma doença social. É uma peste que ocupa o espaço social por causa da peste moral.

As ações a serem desenvolvidas, de modo geral, devem envolver a transdisciplinaridade, a diversidade de atividades, a comunhão de esforços e atitudes dos vários setores da superestrutura social, ou seja, das autoridades competentes, responsáveis pelo direcionamento e ordenamento social.

E envolve a família. Esta, a célula mater da sociedade, já que a Pátria é a família amplificada conforme o ensinamento de Ruy Barbosa.

O problema não é de fácil solução. Exige o envolvimento de todos.

Sobre a punição aos suspeitos, ela deve ser rígida, não interessam os motivos que os levaram a enveredar pelo mundo do crime. É preciso punir. É preciso vigiar e punir.

Mas que fique a lição para cada família, cada cidadão, cada pai e cada mãe; para cada irmão e cada irmã, cada parente, cada autoridade.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 29.05.15



Nenhum comentário:

Postar um comentário