quarta-feira, 20 de maio de 2015

Indústria precisa de investimento em infraestrutura para crescer

Pedrosa: Piauí não tem cultura de comércio exterior porque não tem porto
O vice-presidente da AIP (Associação Industrial do Piauí), Gilberto Pedrosa, disse que a energia elétrica ainda não tem a qualidade e a regularidade de que a indústria precisa. No entanto, novas indústrias estão sendo atraídas pela lei de incentivo fiscal e pelo potencial de que o estado dispõe.

“O que falta para atrair indústrias de fora é infraestrutura. Por exemplo: nós não temos um porto seco. Uma indústria de alta complexidade que poderia se instalar no Piauí precisaria ter escritório em Fortaleza ou Recife para exportar seus produtos. Há 20anos lutamos pelo porto seco. Não se justifica isso. A ZPE (Zona de Processamento de Exportação) que o governo está instalando em Parnaíba não é suficiente. Nós não temos cultura de comércio exterior por causa disso. Nós não temos porto”, justificou.

O empresário lembrou que o Piauí tem pouca coisa a exportar: cera de carnaúba - uma commodity de baixo valor agregado -, castanha de caju – cuja maior parte é industrializada no Ceará -, e alguma coisa das agroindústrias dos cerrados, resumindo que são dificuldades a serem vencidas.

Uma dificuldade do distrito industrial sul, em Teresina, é a falta de água, onde cada empresário é obrigado a perfurar o seu próprio poço. Lá também falta saneamento básico, e a maioria das vias de acesso não tem pavimentação (a prefeitura está começando).

Moderna - Gilberto Pedrosa disse que Teresina está recebendo a mais moderna indústria cerâmica do Brasil, na qual a parte operacional só ocupa quatro colaboradores. “É tudo robotizado. Até para pegar as telhas e colocar em cima do caminhão é o robô”, explicou.

Ele acrescentou que “os fornos são americanos, os robôs são italianos, o software é francês e quem veio montar a indústria foram técnicos ucranianos”. A empresa tem capacidade para produzir 1,9 milhão de telhas por mês.

Participação – A indústria tem pouca participação na economia local, apenas 12% do PIB (Produto Interno Bruto). “Esperamos que essa coisa mude. A indústria tem um diálogo bom com o prefeito Firmino Filho, que está empenhado em ampliar o nosso distrito industrial sul, e com o governador Wellington Dias”, destacou Gilberto Pedrosa.

Crise - A construção civil, maior empregadora, reduziu sua produção por causa do encolhimento nos financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida pela Caixa Econômica Federal.

Investimento - Hoje, um bom setor da indústria em que Pedrosa investiria é a alta tecnologia, que não precisa de porto marítimo e a exportação pode ser feita por intermédio de aeroportos dado o pequeno tamanho dos equipamentos.

Isenção - A adoção da política de atração de investimento, na década de 90 do século passado, com a isenção de impostos, possibilitou a implantação de indústrias de transformação, têxteis, bebidas, cimento, açúcar e álcool, beneficiamento de soja e de extração vegetal no Piauí. “Nós temos uma das melhores leis de isenção fiscal do Brasil”, opinou Gilberto Pedrosa.




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