quinta-feira, 21 de maio de 2015

Moradores de rua incomodam ou não?

Teresina deve ter, morando nas ruas, pelo menos 300 pessoas, entre homens, mulheres, adultos e crianças, um número reduzido se considerarmos a população da cidade. Isso preocupa?
Claro que, individualmente, isso não incomoda muito. Só quando você é abordado por uma dessas pessoas, pedindo alguma coisa. No centro da cidade, em lanchonete ou bar, as pessoas são sempre abordadas por pedintes, moradores de rua.
Quais os motivos encontrados pelos moradores de rua para fazer tal escolha? São vários: vício em drogas ou álcool, conflito familiar, desemprego, perturbações mentais etc.
Há pelo menos 20 ou 30 anos este não era problema tão sério porque não eram casos comuns. Mendigos se tornaram folclóricos por perambularem pelo centro da cidade ou nas imediações dos mercados públicos de bairros como os da Piçarra, do Mafuá, da Vermelha, do Buenos Aires, do Parque Piauí.
Praticamente moravam nesses locais. Ficaram conhecidos dos consumidores, muitos até com certa relação familiar, de amizade. Não se tinha notícia de brigas, assassinatos. Embora já existisse a droga, a droga pesada - não o álcool, droga lícita, permitida e elogiada -, ela não motivava confusão, crimes.
Isso mudou. Hoje, a realidade de moradores de rua em Teresina, apesar de o número deles ser razoavelmente pequeno, é um problema social. E há entidades e órgãos públicos que buscam soluções. Não é fácil encontrar a solução. Morar na rua, para eles, passou a ser uma opção de vida, passou a ser a própria vida.
Equipes formadas por psicólogos, assistentes sociais e outros agentes de proteção social enfrentam dificuldade para convencê-los a abandonar as ruas. Muitos deles atacam as pessoas, assaltam.
Os assassinatos de dois deles, ontem, servem de alerta para as autoridades e a sociedade civil que se diz organizada.
Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 21.05.15

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