quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ineficiência do poder público leva à justiça com as próprias mãos


A mídia tem registrado nos últimos anos a prática de atos de violência coletiva com o intuito de punir pessoas acusadas do cometimento de crimes contra a integridade física, a segurança financeira e a vida  das pessoas.

A violência é inerente ao ser humano, seja para conquista e manutenção do poder, extravasamento intolerante de opiniões, ostentação da ignorância, socialização de pontos de vista e de ideologias, etc, etc, etc.

Com o advento e o desenvolvimento da Internet e, nesta, das redes sociais, a divulgação e promoção da violência ganhou corpo e expandiu sua influência entre os grupos humanos.

Exemplo claro foi, aqui no Piauí, o aprisionamento e posterior exposição de um homem suspeito de furto na região do Grande Dirceu em um formigueiro, atos divulgados amplamente na mídia.

Agora, no dia 28, um jovem de 24 anos identificado como Ascheli Rafael Ramos de Castro, foi morto em uma loja na avenida Presidente Kennedy, na zona Leste, ao ser confundido com assaltante. O fato mereceu ampla divulgação.

Nesta quarta-feira (30), a família do rapaz esteve em uma delegacia para refutar a acusação de que ele seria bandido e tencionava assaltar a loja. A viúva, a irmã e o pai do jovem disseram que a polícia afirmara que Rafael estava desarmado, segundo publicou um portal de notícias de Teresina.

Além de ser arriscada para quem reage, a justiça com as próprias mãos nos remete à barbárie. E nós questionamos: voltamos à barbárie? Nossa civilização destrói e não confia mais nos valores morais e na força da lei para a prática da justiça?

Alertamos que a justiça com as próprias mãos é resultante da ineficiência e ineficácia das ações do poder público, mas afirmamos: confiamos na civilização e nas instituições.

Diante de tantos desvios, queremos, mais uma vez, lançar o desafio às autoridades constituídas no sentido de atentarem para a condução da coisa pública, de modo geral, e da justiça, em particular, obedecendo aos ditames éticos, morais e legais que a civilização exige e a barbárie condena.

 Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 30.07.14



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