quarta-feira, 4 de março de 2015

Bresser e a questão da elite e da esquerda

O ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, que abandonou o ninho tucano, declarou em entrevista polêmica à Folha de São Paulo que a elite brasileira detesta pobre. Daí, segundo ele, a razão do ódio ao PT e, é óbvio, ao ex-presidente Lula e a todos os petistas.

Segundo o Jornal do Brasil, que reproduziu a entrevista do ex-ministro, “Bresser disse o que diriam os sociólogos e homens preocupados com a crise social que vive o Brasil, com mais de 120 milhões de pessoas passando quase um pouco da linha de pobreza, e o  que poderiam fazer se liderados por um líder tipo Lula”.

O ex-ministro lançou novo livro em que trata da história e do desenvolvimento do Brasil a partir da independência. Nele, fala dos pactos firmados ao longo da história.

Para Bresser, o pacto nacional-popular “articulado pelos governos do PT desmoronou pela falta de crescimento. Surgiu um fenômeno novo: o ódio político, o espírito golpista dos ricos. Para retomar o desenvolvimento, o país precisa de um novo pacto, reunindo empresários, trabalhadores, setores da baixa classe média. Uma união contra os rentistas, setor financeiro e estrangeiros”, ta lá no JB.

Bresser foi ministro nos governo José Sarney e Fernando Henrique Cardoso e é tido como conservador. Na opinião dele, “Desde 1930 houve cinco pactos políticos. O nacional-popular de Getúlio, de 1930 a 1960. De 1964 ou 1967 até 1997, há um pacto autoritário, modernizante e concentrador de renda, de Roberto Campos e dos militares. Depois, há o pacto democrático-popular de 77, que vai promover a transição. Esse chega ao governo, tenta resolver o problema da inflação e fracassa. Com Collor e, especialmente FHC, há um pacto liberal-dependente, que fracassa novamente. Aí vem o Lula, que se propõe a formar novamente um pacto nacional-popular, com empresários industriais, trabalhadores, setores da burocracia pública e da classe média baixa. O governo terminou de forma quase triunfal, com crescimento de 7,4%, e prestígio internacional muito grande. Mas esse pacto desmoronou nos dois últimos anos do governo Dilma”.

E fracassou, no entendimento do ex-ministro, porque o desenvolvimento não veio. O país voltou a crescer apenas 1%.

Bresser diz que o Brasil precisa de um pacto desenvolvimentista, com trabalhadores, empresários do setor produtivo, burocracia pública e classe média baixa. Para lutar contra os capitalistas rentistas, os financistas, os 80% dos economistas pagos pelo setor financeiro e os estrangeiros.

É isso mesmo? O que você acha?

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 04.03.15



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